quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Banana



Um cacho de bananas, apanhado esta semana, não viesse aí a onda de frio, nessa altura ou se apanha o cacho ou tenta-se proteger com um plástico, mas este já está bem formado e já apareceu uma banana a ficar amarela, altura ideal para a apanha. Este deve ter cerca de 20Kg, o meu recorde com este tipo de bananeira foi 35Kg.
A sistemática das bananeiras pode dar a origem a várias confusões, assim como a uma incerteza na classificação. A classificação que vou dar a esta bananeira é baseada no facto de ser filha duma das bananeiras da ilha da Madeira, ou Bananeira Anã e aí ser consensual a classificação.

Os nomes científicos que durante muito tempo serviram de referência, Musa nana, Musa paradisíaca, Musa cavendish, Musa sapientum, etc., tendem a deixar de ser usados, porque o que existem hoje são cultivares e clones, os cultivares devem ser classificadas em função da sua ploidia (número de cromossomas presentes na célula) e referenciados em função da contribuição das espécies selvagens (classificação de Simmonds 1996) que lhes deram origem, definindo-se dois genomas dominantes
Genoma A da Musa acuminata Colla
Genoma B da Musa balbisiana Colla

Assim a Bananeira Anã, seria uma Musa, Dwarf cavendish, do grupo AAA (3n=33), subgrupo cavendish.

Haveria muito que contar acerca da bananeira e da banana, hoje vou ficar por duas referências bíblicas.
Há quem diga que o enorme cacho que os israelitas foram buscar à planície e que só dois homens o conseguiram carregar, como é citado na Bíblia seria afinal um cacho de bananas. Na mesma linha, na Idade Média, os cristãos chamavam à bananeira Pomum paradisi (maçã do paraíso), e segundo outros seria aquela a fruta estranha que levou Eva a prová-la (No Génesis Deus dá o domínio ao homem “de todas as árvores que dão fruta com semente”, havendo uma árvore com um fruto proibido, esse não deveria ter semente, pela lógica, outro concorrente será o figo, e não a maça tão estilizada)

Em relação ao cultivo, o zero vegetativo da parte aérea, na referência que encontrei mais séria, situa em -2ºC, sendo eliminada a parte aérea, podendo mesmo assim poder produzir novos rebentos quando a temperatura aquecer, o problema é o tempo que vai desde o crescimento da planta até o cacho estar pronto para colher, é quase um ano.
Outra questão importante é a gestão dos rebentos, deve-se usar o princípio mãe-filha-neta, ou seja ter três rebentos de idades diferentes e não deixar crescer 6 ou 7 no mesmo ano, como às vezes acontece, existindo, devem deslocar-se para outro lado, assim existe uma vantagem em concentrar grande parte do vigor num único cacho.

Bibliografia – Fruticultura tropical, J.Mendes Ferrão, Vol. II, IICT, 2001

4 comentários:

Ana Ramon disse...

Fico impressionada com as ofertas e a boa qualidade de tudo o que tens no quintal. Por aqui tenho os morangueiros todos "cozidos" da geada e vou ter que os substituir :((

Rosa disse...

Parabéns, 20Kg. de bananas é obra.

RAPOZiNHO disse...

Biba!

Estive a tentar perceber quais as possibilidades de conseguir bananeiras que frutifiquem no interior norte de portugal; talvez a musa basjoo, mas dá um fruto pequenino... Que especie terá melhor relação qualidade do fruto\adaptacão ao meio por estas bandas?! Qual a espécie que cultivas?

Anónimo disse...

Boa tarde tudo muito curioso tenho cerca de 20 bananeiras e dão cachos de +- 10cm
não sei qual a razão, quando vejo comentários de cachos enormes pergunto-me como uns conseguem e eu não, enfim se me derem um a dica eu agradeço. Deixo aqui o meu mail: custodiojfsilva@sapo.pt