sexta-feira, 31 de março de 2017

Canela


Cinnamomum zeylanicum J.Presl

E se buscando vás mercadoria
Que produze o aurífero Levante,
Canela, cravo, ardente especiaria
Ou droga salutífera e prestante;
Ou se queres luzente pedraria,
O rubi fino, o rígido diamante,
Daqui levarás tudo tão sobejo
Com que faças o fim a teu desejo.


terça-feira, 28 de março de 2017

Pimenta


Piper nigrum L.

Toda a estrofe 14 do canto IX

Leva alguns Malabares, que tomou
Per força, dos que o Samorim mandara
Quando os presos feitores lhe tornou;
Leva pimenta ardente, que comprara;
A seca flor de Banda não ficou;
A noz e o negro cravo, que faz clara
A nova ilha Maluco, co a canela
Com que Ceilão é rica, ilustre e bela.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Camões

Em Constância, Vila Poema, um jardim a visitar

terça-feira, 21 de março de 2017

Inverno passado

Inverno 2016/2017 Fonte (IPMA - 20 Março 20179



Salir do Porto

O inverno 2016/2017 (Dezembro, Janeiro e Fevereiro) em Portugal Continental classificou-se como normal em relação à temperatura e seco quanto à quantidade de precipitação.
A temperatura média no trimestre foi de 9.91°C, superior em +0.30°C relativamente ao normal. O valor médio da temperatura máxima, 14.86°C, foi superior ao valor normal, com uma anomalia de +1.06°C, sendo o 4º valor mais alto desde 1931. O valor médio da temperatura mínima do ar, 4.95°C, foi inferior ao valor normal, com uma anomalia de -0.48°C.
O valor médio da quantidade de precipitação no trimestre dezembro-fevereiro, 242.5 mm, foi inferior ao valor médio correspondendo a 69 % do valor normal.
De destacar no inverno de 2016/2017:
•    No dia 19 de janeiro foram ultrapassados os anteriores maiores valores absolutos da temperatura mínima do ar em estações meteorológicas automáticas com séries de cerca de 20 anos;
•    Entre 14 e 26 de janeiro observou-se uma onda de frio com duração de 6 a 12 dias, em alguns locais das regiões do Centro e litoral da região Sul;
•    Entre os dias 1 e 4 de fevereiro ocorreram valores de rajada superiores a 100 km/h em alguns locais das regiões Norte e Centro. O valor mais elevado ocorreu na estação meteorológica da Guarda às 04:20 UTC, 129.6 km/h, valor que ultrapassou o anterior máximo (129.2 Km/h em 23 de janeiro de 2009);
•    Inundações no dia 11 de fevereiro no sotavento Algarvio, e em particular no concelho de Vila Real de Santo António. Valor máximo em 1h de 57.8 mm entre as 18 e 19 UTC;
•    Queda de neve em todos os meses do trimestre sendo de realçar o dia 19 de janeiro com relatos de queda de neve fraca no sotavento algarvio (S. Brás de Alportel e Serra do Caldeirão);
•    No final de dezembro 78% do território estava em seca fraca; final de janeiro 95% do território em seca fraca e 3% em seca moderada; final de fevereiro diminuição significativa da área em seca, ficando apenas 57% do território em seca fraca.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Prima veranum



 No império romano, a contagem das estações do ano era diferente da actual.
Para os romanos existiam só duas estações, uma longa e outra curta, a curta era a que corresponde ao nosso Inverno, a longa corresponde ao que que hoje é a Primavera, Verão e Outono e tinha o nome de Verão (Veranum, se não me engano) e a Prima Vera(num)é assim o primeiro Verão.
Penso que esta é a explicação para esta passagem da Bíblia


Reparai na figueira e nas restantes árvores. Quando começam a deitar rebentos, ao vê-los, ficais a saber que o Verão está próximo.

Lucas 21,29-33.

O início da primavera em 2017 ocorre a 20 de março, às 10h29.
Esta é a hora do equinócio da primavera, ou seja, o instante exato em que começa a primavera.

Equinócio da Primavera

Entende-se por equinócio da primavera o momento em que o sol cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre que é projetada na esfera celeste). Quando este acontecimento decorre em março, ele recebe o nome de equinócio da primavera no hemisfério norte.


sexta-feira, 17 de março de 2017

Violetas

 Viola Canina L.
 
A VIOLETA MAIS BELA QUE AMANHECE
Soneto CXIX

A violeta mais bela que amanhece
No vale, por esmalte da verdura,
Com seu pálido lustre e formosura,
Por mais bela, Violante, te obedece.

Perguntas-me por quê? Porque aparece
Em ti seu nome, e sua cor mais pura;
E estudar em teu rosto só procura
Tudo quanto em beldade mais floresce.

Oh luminosa flor! Oh sol mais claro!
Único roubador de meu sentido,
Não permitas que Amor me seja avaro.

Oh penetrante seta de Cupido!
Que queres? Que te peça, por reparo,
Ser, neste vale, Enéias desta Dido?
 LUIZ VAZ DE CAMÕES
In Obras de Luíz de Camões (Vol. II), 1861
Pelo Visconde de Juromenha

NOTA:
1. ortografia atualizada

quarta-feira, 15 de março de 2017

terça-feira, 14 de março de 2017

Papoila (s)


A nossa papoila comum ou papoula (Papaver rhoeas L.) insiste em cada ano antecipar-se à data de floração, estipulada nos antigos livros, devia florir entre Abril – Maio.
Na literatura aparece com outros nomes, como papoila-das-searas, papoila-dos-cereais, papoila-ordinária, papoila-vermelha, papoila-vermelha-dos-campos.
Além dela outras papoilas são referenciadas, na literatura portuguesa e brasileira, como tal, embora algumas sem parentesco próximo, comum.
papoila-da-califórnia – globo de sol  - Eschscholtzia californica,Cham.
papoila-das-praias – papoila-pontuda -glaucia, Glaucium flavum
papoila-de duas-cores – rosa-louca, Hibiscus mutabilis
papoila-de-espinho – papoila-do-méxico -papoila-espinhosa - cardo-santo, Argemone mexicana.
papoila-de-holanda – dormideira-dos-jardins, Papaver nigrum.
papoila-do-são-francisco – cânhamo-brasileiro, Hibiscus cannabinus.
papoila pelada – Papaver somniferum.

(fonte Dicionário Houaiss).

segunda-feira, 13 de março de 2017

Os poetas hipocritas



Frios hipócritas, não faleis dos deuses!
Vós sois tão razoáveis! não acreditais em Hélios,
Nem no Tonante e no Deus do Mar;
A Terra está morta, quem quer agradecer-lhe? ─

Confiança, Deuses! pois ornais a canção,
Inda que dos vossos nomes a alma já se foi,
E quando é precisa uma grande palavra,
Mãe Natureza! é em ti que se pensa.


Poemas, de Hölderlin, trad. Paulo Quintela, Relógio d’Água, 1991

sábado, 11 de março de 2017

Tubo de ensaio

Sintra 2016

Árvores do Canadá, uma por uma,
A caminho de Otawa, de autocarro,
Propõem seus galhos hibernais ainda
À minha angústia já primaveril.
Com tão pouca matéria a fotossíntese,
Que oxigénio de amor espero eu delas,
Com que carbono as poderei amar?
Porque, enfim, eu morrendo dou-me aos bosques,
A tal selva de Dante é a dor da espécie,
E o mezzo dei camin aqui passar.
Só é estranho que fracos pensamentos
Eu verta nestes tubos de ensaiar:
Eu, que, por causa de Escherichia Coli,
Quase não sei (como se diz?) — meiar...
A Poesia é um louco laboratório,
E eu dispo a bata para não chorar.


(Os 3 últimos poemas in Poesias de Vitorino Nemésio, por Maria Madalena Gonçalves. Lisboa: Comunicação, 1983.)

sexta-feira, 10 de março de 2017

Folhado


A anunciar a Primavera, folhado, Viburnum tinus L.


O fruto é uma pequena drupa carnuda, ovóide, de cor azul-metálico brilhante primeiro, depois negro com 5 a 7 mm de comprimento, coroado pelo cálice.
Frutifica no final do Verão e durant o Outono. Os frutos permanecem na planta durante algum tempo; não são comestíveis. 
Em tempos idos os seus frutos eram usados como purgante. Quanto às folhas, muito amargas, em infusão eram usadas como febrífugo (combate a febre).
Resistente à poluição urbana.
Espontâneo em climas mediterrânicos, tanto aceita os solos ácidos como básicos, com preferência por solos ligeiros, frescos e ricos em húmus. Suporta um certo ensombramento em galerias ribeirinhas e matas frescas e sombrias.
Possui um crescimento rápido em jovem, abrandando com a idade. Atinge a maturidade por volta dos 10 anos e vive para além dos 40 anos. 
 Encontra-se normalmente em altitudes baixas, mas como tolera temperaturas negativas (até -15°C), pode ocorrer até 1200 m. 
 Propaga-se por semente, por estaca, renova bem pelo cepo, ou por mergulhia.É bastante tolerante à poda, regenerando rapidamente, mesmo dos ramos velhos.
 Endémico na Região Mediterrânea ocidental: Sul da Europa, Norte de África e Ilhas atlântica.
 Em Portugal ocorre nas regiões sul, centro, vale do Douro e arquipélagos.