segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rearranjos

Estive  a completar a deslocação de posts do " Um amador da Natureza 1" para este blog, inicialmente colocados na data em que realizei a mudança e posteriormente na data correcta da edição.
Este processo originou aqui alguma confusão, as minhas desculpas a quem passou por aqui nos últimos tempos.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Dragoeiro, Dracaena Draco (L.) L.




Este é o Dragoeiro que se encontra no Hospital de Sant' Ana na Parede concelho de Cascais. Já se encontra classificada como árvore de interesse público.

Está bem localizado no parque traseiro ao Hospital e tem espaço para crescer ...

Os textos que se seguem são retirados da net, as fotografias são do dragoeiro citado.


O dragoeiro deve o seu nome à cor da sua seiva que, em contacto com o ar, oxida formando uma substância pastosa de cor vermelho vivo denominada, sangue-de-drago ou de dragão. Outrora uma árvore abundante e alvo de exploração por parte dos primeiros colonizadores, devido à grande procura de sangue-de-drago no século XV, o dragoeiro enfrenta hoje, outras ameaças que colocam em perigo a sua sobrevivência.




No mito Grego do Décimo primeiro trabalho de Hércules: As maças  de Hespérides, é citado Landon, o dragão de cem cabeças, guardião do jardim de Hespérides ( a ninfa filha de Atlas, o titã que sustenta a terra e o céu). Para cumprir seu desígnio de buscar as três maças douradas do jardim, Hércules vence o duelo e mata Landon, e do sangue do dragão que se espalha pela terra nasceram assim as magníficas “Árvores Dragão”. Certamente a imagem da Dracaena draco inspira tais lendas, e o local onde o jardim foi citado, uma ilha além das montanhas Atlas (no Marrocos), indica realmente que a árvore é de fato a base desse mito. A rica e vermelha seiva da espécie, que sugere o sangue, com suas  propriedades místicas tem sido à séculos usadas em práticas de magia.
A espécie é endémica das Ilhas Canárias, Madeira e Cabo Verde, sendo que poucos indivíduos ainda ocorrem em seu habitat, principalmente nas Ilhas de Tenerife e La Palma, crescendo na baixa e seca vegetação das montanhas rochosas de baixa altitude da ilha.



Planta utilizada no fabrico de sangue-de-dragão que deve o seu nome à cor da sua seiva que, por exposição ao ar, forma uma substância de cor vermelha, comercializada com o nome de sangue-de-dragão ou sangue-de-drago.
Este produto era utilizado como fármaco (contra todo o tipo de dores) e em tinturaria, constituindo um importante produto de exportação, quando do povoamento das ilhas da Macaronésia. Desde o início da ocupação das ilhas de Cabo Verde que se encontram menções à existência de dragoeiros nas ilhas e ao aproveitamento do sangue-de-drago extraído da seiva desta árvore. Logo nos primeiros anos do século XVI, Valentim Fernandes regista o seguinte: “Ilha de S. Nicolau jaz ao Norte da Ilha Brava 30 léguas. É ilha alta e grande e de muitos arvoredos e de muitas e de boas águas. Há nesta ilha muitas árvores dragoeiros, de que fazem o sangue de dragão”. In Cartas das ilhas de Cabo Verde de Valentim Fernandes/1506-1508, Lisboa, 1939, p. 51.
Dois séculos depois, George Roberts apresenta uma das melhores descrições de um dragoeiro e da utilização da sua goma: “Nesta ilha /São Nicolau/ havia outrora muitos dragoeiros cuja goma ou seiva escorre quando sangrados em estação própria produzindo a goma chamada Sanguis Draconis que é muito conhecida dos farmacêuticos e é usada na arte médica. Há um processo que consiste em cortar os ramos na estação própria quando a goma ou suco corre e fervê-los em água para separar a goma, mas ela não é tão clara nem creio, tão boa como a outra”. Ilustra a sua descrição com uma gravura muito curiosa, com a seguinte legenda: “Um pote para receber a goma que goteja da árvore”
In George Roberts, The Four Years Voyages of Capt. George Roberts Being a Series of Uncommon Events,London, Impresso para A. Betteswort no Red Lyon, em Pater-Noster-Row e J.Osborn, no Ship, em  St. Saviour’s Dock-Head, perto de Horsely Down, 1726. Tradução portuguesa Desiré Bonnaffoux Sarcelles, 1980.