quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aranhas e cheias

Nas áreas afetadas pelas cheias (KN Shah, próximo de Dadu, na província paquistanesa de Sindh). O avanço das cheias foi muito lento, e as aranhas tiveram tempo de subir às árvores, o tempo das cheias também foi superior ao normal, as aranhas ficaram.
Na zona não há lembrança de ter tal ter acontecido.
O número de mosquitos decresceu bastante e o risco da malária também.

O facto de não haver memória viva (apx 75 anos) ou memória escrita (apx 5000 anos) não é nada comparado com a idade da terra, a questão é cada vez mais surgirem fenómenos extremos
como consequência de registos climáticos novos.

Foto de 7 de dezembro de 2010 retirada de Scenes From Pakistan

O que não consigo escrever nem dizer


Depois das vacas loucas, das galinhas com nitrofurano na corneta e dos porcos engripados, eis-nos perante mais uma comédia irresponsável: a dos pepinos espanhóis que afinal são rebentos de soja alemães.
O cagaço colectivo no seio desse po(l)vo estranho que dá pelo nome de “União Europeia” dá-se às mil maravilhas no húmus do obscurantismo. O consumidor médio, desinformado, susceptível e vulnerável, ingressa logo na pepinada e embarca sem pensar na histeria euromentirosa.
Tenho algumas coisas a dizer sobre isto. Uma: vacas loucas, sempre as houve – basta ir a uma casa de alterne. Outra: galinhas estúpidas também – basta verificar o número de abstencionistas nas passadas eleições legislativas. Estoutra: porcos ranhosos é redundância – basta apreciar os barões e os tubarões dos famigerados “mercados” financeiros internacionais.
Agora, quem não tem culpa é o desgraçado do produtor do fálico pepino e do testicular tomate. A irresponsabilidade dos arautos da bactéria atinge foros de criminalidade. Sensacionalismos deste calibre podem servir para aumentar a publicidade no intervalo dos telejornais, mas a mim não me convencem nem um bocadinho.
Eu sei por que motivo esta historieta pepineira veio ao de cima: é porque o futebol está de férias. Como é preciso manter-nos bovinizados, nada como uma manhosa conspiração multi-sanitária à escala teutónica.
Quando é que chega o dia em que os vulgares produtores e os ordinários consumidores deixarão de ser encarados como cifras FMÍsticas ou como larvas acéfalas tão facilmente esmagáveis pelo Banco Central Europeu?
Quando é que voltamos a ser pessoas? Não somos fungos. Não somos nódoas. Não somos caracóis. Não somos fardos de palha. Somos os que vieram depois das duas guerras mundiais. Somos os tolinhos da “democracia”. E seremos nada enquanto não quisermos ser tudo.

É por isso que sei muito bem, mas não digo, em que sítio do corpo é que lhes mandava meter o pepino.
in "Ribatejo" Rosário Breve, Daniel Abrunheiro, Pepinada