sexta-feira, 30 de junho de 2006

Papoila da califórnia














De seu nome científico Eschscholtzia californica,Cham. originária do Oeste dos EUA, uma das flores que menos trabalho dá a germinar e a desenvolver-se, adaptando-se a muitos tipos de terra, daí talvez também algum cuidado ao tentar plantar fora de um jardim delimitado.

Achei esquisito o nome para uma flor tão simples e tão bela e fui tentar saber porquê.
O nome do género foi dedicado pelo botânico A. von Chamisso ao naturalista e professor de zoologia estoniano Johann Friedrich Gustav von Eschscholtz (1793-1831), pelo seu trabalho na classificação de novas espécies durante a expedição O.von Kotzebue ás ilhas do pacifico onde elaborou um atlas de zoologia.

Pertencendo à família das Papaveraceae, embora não contendo taxas de alcalóides como a papoila do ópio, é usada em veterinária para tratamento de estados excitados dos animais.

Nome comum : Papoila da california

Nome cientifico:Eschscholtzia californica,Cham.

Família: Papaveraceae

Origem: Oeste dos EUA

Utilização: Ornamental, medicinal

Fotos: Propria

Cuidados culturais :nenhuns

Sementeira :Na Primavera

Longevidade das sementes

Tempo de germinação -



quinta-feira, 29 de junho de 2006

Couve rábano


















É a primeira vez que tentei semear a couve rábano , e para minha surpresa resultou bem. Pode-se comer crua servir para a base da sopa ou comer cozida, tem um sabor menos activo que o nabo. Necessita de ser plantada ao sol e aguenta bem a secura.

Nome comum: Couve rábano

Nome cientifico: Brassica oleraceae L. var. gongyloides L. Var Roxa de Viena

Família: Brassicaceae

Origem:

Utilização: Legume

Fotos: Propria

Cuidados culturais: amontoa à volta do caule

Sementeira: em viveiro de Fevereiro a Outubro

Longevidade das sementes – 5 anos

Tempo de germinação:6 -7 dias

terça-feira, 27 de junho de 2006

Brincos de princesa












Este arbusto, conhecido como Brincos de princesa, da família das Onagraceae tem muitas espécies e variedades adaptadas em Portugal. Penso, e tenho muitas dúvidas, que este é a Fuchsia magellanicase alguém tiver outra sugestão, agradeço.

O fruto é considerado comestível, mas dizem que não é muito saboroso. Ainda não o provei, e estou a pensar se o provo ou não. Outra sugestão dada é fazer sumo dos frutos, se alguém provou, diga se é bom.

Nome comum : Brincos de princesa

Nome cientifico: Fuchsia magellanicase

Família:Onagraceae

Origem: Peru até à Terra do Fogo

Utilização: Ornamental, Os frutos são comestíveis

Fotos: Propria





























sexta-feira, 23 de junho de 2006

Artemisia annua








É conhecida nos países anglo-saxónicos como Sweet Annie, originária da Ásia, e mais provavelmente da China onde é conhecida por qinghao. È mencionada no Chinese Handbook of Prescriptions for Emergency Treatments do ano 340 AC para o tratamento de febres.
Actualmente é considerada muito eficaz no combate à malária.

Referem vários autores que está aclimatizada em países como a Espanha e França, por cá em Portugal, nunca a vi, e gostava de saber se já alguém a viu.
O seu princípio activo, a artemisinina (referido formalmente como arteannuin e como qinghaosu na China) encontra-se principalmente nos tricomas existentes nas cavidades das folhas inflorescências, são uma espécie de glândulas de armazenamento. O composto referido, existe 4 a 11 vezes mais nos tricomas das inflorescências em relação aos das folhas Estas glândulas crescem e quando atingem a maturidade produzem uma descarga nos tecidos adjacentes e a artemisinina é recombinada com outros produtos. A recolha deve ser feita antes deste processo.

Há cerca de dez anos a Organização Mundial de Saúde recomendou que as terapias usadas nos países mais flagelados pela malária incluíssem a artemisinina.
Existe actualmente um fármaco derivado da Artemisia annua registado em África com o nome Paluther.

Existem algumas confusões, para mim , na classificação desta planta, principalmente o agrupamento, mas mais também por causa da classificação de outras artemisias.
Esta artemisia pertence à tribo Anthemideae das Asteroideae, uma sub-família das Asteraceae, da família das Compositae.
Várias abordagens taxionómicas têm subdividido o género Artemisia em várias secções sub genéricas; A. annua tem sido considerada na subsecção Absinthium (Hall and Clements 1923) ou numa subsecção combinada Artemisia (Absinthium + Abrotanum). (Poljakov 1961, Yeou-ruenn 1994).

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Jujube

Jujube.jpg

Este é um post antigo que retorno porque o jujube já tem flor outra vez. E este ano foi promovido, saiu do vaso, que já era demasiado grande e passou para a terra, vamos ver como se dá.

Esta árvore de nome comum jujube, acofeifa-maior (já encontrei açufeira, sem chegar a uma conclusão sobre a forma correcta), anafega ou maçã de anafa, continua a ser uma incógnita para mim saber a espécie.
O género é Ziziphus e pertence à família das Rhamnaceae.

A minha primeira aposta foi ele tratar-se de Ziziphus zizyphus, designação que parece estar desactualizada e chamar-se agora Ziziphus jujuba. De qualquer maneira continuo com dúvidas.


A primeira classificação desta planta por Lineu é de Rhamnus jujuba L. (1753), nome que deu origem à família Rhamnaceae. Mais tarde em 1879 aparece Ziziphus jujuba (L) Lam. (1879) e posteriormente Ziziphus zizyphus (L.) Meikle e Ziziphus e aparece também na literatura Ziziphus zizyphus (L.) Karst.

Desta confusão de nomes não me aparecem características que diferenciem estas espécies, talvez mais trabalho. Em relação à espécie mauritana, acho que tem os frutos maiores, esta árvore deu frutos o ano passado mas pequenos. Pode ser devido ao facto de estar num vaso.

Em relação ao i e ao y no Ziziphus zizyphus, não tenho a certeza que seja regra mas o i aparece no primeiro nome do género e o y na atribuição da espécie (segundo nome)
.

Cultiva-se na China à mais de 4000 anos e aparecem hoje cerca de 400 cultivares por todo o mundo. É usado na medicina tradicional chinesa desde esse tempo. Era habitual no Algarve (observação de uma referência que não encontro). Aclimatiza-se bastante bem em Portugal. Tem folha caduca, os ramos são espinhosos e aguenta muito bem o Inverno. Os frutos estão maduros quando adquirem uma cor acastanhada e ficam meio enrugados.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

...Tílias

Aos dezassete anos, não somos para nos levar a sério
- Uma bela tarde, fartos das cervejas e limonadas,
Dos cafés barulhentos de lustres rutilantes!
- acolhemo-nos junto às tílias verdes junto à estrada.

As tílias odoríferas dos entardeceres de Junho!
O ar é, por vezes, tão doce que fechamos as pálpebras;
O vento, repleto de sons - a cidade não fica longe -,
Traz-nos, de volta, perfumes de vinha, e brumas de cerveja...

[...]- Não somos de fiar, quando temos dezessete anos e
Não faltam tílias verdes por onde passear.
in Romance
Jean-Arthur Rimbaud
29 de Setembro de 1870
(in O Rapaz Raro, Relógio d'Água, 1998 - tradução de Maria Gabriela Llansol)

sexta-feira, 16 de junho de 2006

À procura da simetria



Na infância, a árvore cresce para se mostrar, tem fases, umas mais belas, outras não, mas no fundo é só o sentido estético de quem a observa. Em todo o caso, está escrito, se me deixarem, lá chegarei, a minha folha será igual dos dois lados e então poderão comer os meus frutos.

Em poucas árvores se vê esse desenvolvimento para a idade adulta, Procuram-se as formas, estica de um lado, estica-se do outro até atingir a forma estável e simétrica como qualquer folha.

A amoreira negra, morus nigra, não é a amoreira utilizada na alimentação do bicho-da-seda, já que as suas folhas são mais duras que as das suas primas, m. alba.

Nome comum : Amoreira
Nome cientifico: Morus nigra, L
Família:Moraceae
Origem: China
Utilização: Ornamental, frutos comestíveis
Fotos: Propria


sábado, 10 de junho de 2006

O jardim

...Entre dizer o que vamos fazer e a apresentação do que foi feito medeia assim um espaço de desiderata – saúde, dinheiro e amor, eis um rol de grau primeiro, bem naturalista, próprio de mentes egotistas. Porém a cidade-jardim, que não precisa de ser a Jerusalém celeste, basta ser a republica de Morus, exige uma constituição, dotada de leis eficazes, justas e muito poucas, que ponham os bens ao serviço de todos.

Jardinar para o bem comum é o segundo degrau do projecto, e neste damos prémio ao que mais se esforçar para garantir a nossa felicidade. É preciso proteger os jardins, são a natureza que resta. Precisamos de proteger as fontes de regeneração da vida, com as espécies que elegemos para viver connosco, nos mares que lavramos, nos rios que cultivamos, nos campos que sulcamos, nos bosques e matas que vamos florestando e desbastando.

O que existe na Terra de bon sauvage habita as páginas de Rousseau, as ilhas Mascarenhas de “Paul et Virginie” e a floresta de Tarzan. Já todas as ilhas desertas e misteriosas foram conquistadas pelos náufragos e meninos marotos dos livros de histórias. Só temos o jardim – o território modificado pelo Homem - como futuro verde, precisamos dele para a sobrevivência.

É urgente que saiam leis a proibir que se construam bancos, hotéis ou empresas de transporte nos jardins. É urgente estudar os jardins como expressões da ciência e arte de cada época, para sabermos como protegê-los e como criar os do nosso tempo...
Maria Estela Guedes

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Chefe Seattle

chefe seattle.jpg


Em 1851, Seattle, chefe dos Suquamish e outras tribos indígenas americanas enviou uma carta considerada como sendo uma das mais bonitas e profundas declarações a favor do meio ambiente que já foram escritas. A cidade de Seattle recebeu o nome desse chefe, cujo discurso foi a resposta a um tratado proposto pelo presidente americano tentando persuadir os indígenas a venderem dois milhões de acres por US$ 150,000.00 (cento e cinquenta mil dólares americanos). O texto da resposta do Chefe Seatle distribuído pela ONU ( Programa para o Meio Ambiente), tem sido considerado, através dos tempos, como um dos mais belos e profundos pronunciamento já feitos a respeito da defesa do meio ambiente.

RESPOSTA DO CHEFE SEATTLE AO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS -1854

Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia parece-nos estranha.

Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores, carrega consigo as lembranças do homem vermelho.

Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós.

As flores perfumadas são nossas irmãs, o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos.

Os picos rochosos, os sulcos húmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem - todos pertencem à mesma família.

Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.

O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.

Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida de meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais. Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nosso irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicarem a qualquer irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra coisa, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra, aquilo que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga e, quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Arranca da terra aquilo que seria de seus filhos e netos. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata a sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.

Eu não sei, os nossos costumes são diferentes dos seus.

A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda. Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar das folhas na primavera ou o bater das asas de um insecto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos.

E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento, encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilhamos o mesmo sopro.

Parece que o homem branco não sente o ar respirar.

Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu ao nosso avó seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro.

Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.

Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um comboio que passava. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecermos vivos. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem na terra, estão cuspindo em si mesmos. Isto sabemos: a terra não pertence ao homem: o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.

O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra.

O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum.

É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos.

De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível. Ele é o Deus do homem vermelho e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa e feri-la é desprezar o seu criador.

Os brancos também passarão: talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejectos. Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho.

Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.

Onde está o arvoredo? Desapareceu.

Onde está a águia? Desapareceu.

É o final da vida e o início da sobrevivência.