segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Uma Semana nos Rios Concord e Merrimack

Sinopse da editora ANTÌGONA:


Todos os homens estão parcialmente sepultados no túmulo do hábito, e de alguns vemos apenas a coroa da cabeça acima do solo. Melhor estão os que se encontram fisicamente mortos, pois apodrecem de uma forma mais viva.

Primeiro livro de Henry David Thoreau e obra inseparável de Walden ou a Vida nos Bosques, Uma Semana nos Rios Concord e Merrimack (1849) é o relato da viagem que Thoreau e o seu irmão, John, empreenderam em 1839 no barco que os dois construíram, Musketaquid (o nome índio do rio Concord). É também uma digressão no tempo (mais do que no espaço), um diálogo sinuoso entre um passado de abundância e um presente despojado, atrás das pessoas e paisagens que se foram, «arrastadas pela corrente», no alvorar da sociedade industrial e materialista. Este diário de bordo e grandioso ensaio sobre a amizade e o amor tempera a sublime solidão de Walden com salutares gotas da vida nos rios.
  • TÍTULO ORIGINAL A Week on the Concord and Merrimack Rivers
  • TRADUÇÃO Luís Leitão
  • INTRODUÇÃO H. Daniel Peck
  • ILUSTRAÇÃO DE CAPA E CONTRACAPA Carolina Celas
  • 1.ª EDIÇÃO 2018
  • Páginas 432
  • ISBN 978‑972‑608‑300-9

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

terça-feira, 6 de agosto de 2019

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 9


Qualquer pessoa pode usar uma oração de graças da sua própria tradção (e dar-lhe realmente sentido) - ou inventar uma nova. Fazer alguma espécie de agradecimento nunca é inapropiado, e pode ser acrescentado a discursos e proclamações. É um pequeno gesto simples, comum, antiquado, que nos conecta com todos os nossos antepassados.

In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

quarta-feira, 31 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 8


Há uma história em que o Coiote observa as folhas amarelas do álamo a rodopiarem levemente até ao chão no Outouno. Era tão bonito de ver que ele perguntou às folhas se também podia fazer o mesmo. Elas avisaram-no: "Coiote, tu és demasiado pesado e o teu corpo é feito de ossos, entranhas e músculos. Nós somos leves, pairamos no vento, mas tu irias cair e magoar-te." O Coiote não lhes quis dar ouvidos e insistiu em trepar um álamo, arrastar-se até à ponta de um ramo e atirar-se. Caiu e morreu. 
Há aqui um aviso: não tenhas demasiada pressa em "fundir-te com".

In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

domingo, 14 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 7


Enquanto templo, a natureza selvagem é apenas um começo.

In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

quarta-feira, 10 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 6



A vida na Natureza selvagem não é só comer bagas ao sol. Gosto de imaginar uma "ecologia profunda" que se debruçasse sobre o lado negro da Natureza - a bola de ossos esmagados num monte de bosta, penas na neve, histórias de apetites insaciáveis. Os sistemas selvagens encontram-se num sentido elevado, acima de qualquer crítica, mas também podem ser vistos como irracionais, insatisfatórios, cruéis, parasitários.

In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

sábado, 6 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 5


Os livros são os nossos avós
In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

quinta-feira, 4 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 4


A sociedade americana (como qualquer outra) tem o seu próprio núcleo de suposições incontestáveis. Continua a ter  uma fé acrítica na noção de progresso contínuo. Está convicta de que é possível uma objetividade científica sem mácula.

In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

segunda-feira, 1 de julho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 3



É claro também que o humanista não é necessariamente agnóstico. O último acto de Sócrates foi pedir que a oferta que prometera ao reino espiritual fosse concretizada: "Devo um galo a Esculápio". O filósofo pode desprezar a mistificação, mas respeita os mistérios.
In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

domingo, 30 de junho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem 2



A consciência de uma biorregião educa-nos de modos específicos. Não é suficiente "amar a Natureza" ou desejar "estar em harmonia com Gaia". A nossa relação com o mundo natural ocorre num lugar, e deve ser baseada em informação e experiência. Por exemplo: "as pessoas reais"têm uma certa familiaridade com as plantas autóctones. Isto é um tipo de saber tão corriqueiro que na Europa, na Ásia e em África toda a gente costumava dar como adquirido. Muitos americanos contemporâneos nem sequer sabem que não "conhecem as plantas", o que na verdade representa uma medida da sua alienação.
In  A Prática da Natureza Selvagem  de Gary Snyder

sexta-feira, 28 de junho de 2019

A Prática da Natureza Selvagem


Nota do Editor:
A par da poesia de Turtle Island, A Prática da Natureza Selvagem (1990) é considerado um dos textos basilares da ecologia profunda, movimento que considera interdependentes a sobrevivência das espécies e a do meio ambiente. Nestes nove cativantes ensaios, que se erguem como peça central da maturidade na obra do autor, Gary Snyder debate a relação entre a natureza e o homem, propondo uma nova forma de vida que nos ligue ao território, à comunidade e ao nosso próprio ser selvagem. Fundindo crenças budistas, uma miríade de saberes e o fascínio por mitos e tradições, A Prática da Natureza Selvagem é também uma viagem do Sul da Índia ao Noroeste do Alasca e ao Japão, em busca da sagacidade dos nossos antepassados e do aroma dos pinheiros. Em textos já clássicos, como «Montanhas azuis sempre a caminhar» ou «A etiqueta da liberdade», Gary Snyder dá-nos uma chave para o futuro do mundo que partilhamos.
  • TÍTULO ORIGINAL The Practice of the Wild
  • TRADUÇÃO José Miguel Silva
  • ILUSTRAÇÃO DE CAPA E CONTRACAPA Carolina Celas
  • 1.ª EDIÇÃO 2018
  • Páginas 256
  • Editor Antígona
  • ISBN 978‑972‑608‑326-9

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Uma supresa no chão do pinhal

À primeira vista parecia que alguém tinha perdido missangas, embora esteja dispersa por todo o pais, é a primeira vez que a observo, notem o factor de escala comparada  com o tamanho duma agulha de pinheiro ao lado

Evax pygmaea

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Nas Dunas do Oeste 2

Halimium halimifolium ssp multiflorum


quarta-feira, 5 de junho de 2019

sexta-feira, 17 de maio de 2019

desconhecida




Maças silvestres & Cores de OUtono

A beleza e a verdadeira riqueza são sempre assim, baratas e desprezadas. O paraíso poderia ser definido como o lugar que os homens evitam.

 A par dos seus textos políticos mais interventivos, Henry David Thoreau celebrizou-se no Nature writing, com escritos telúricos em que a Natureza e a sua sagacidade dão azo a reflexões e inevitáveis comparações com a existência humana. E, no ocaso da vida, o autor polia com esmero os dois breves ensaios aqui reunidos, publicados postumamente em 1862, na revista The Atlantic Monthly
Em Maçãs Silvestres, o leitor depara com um poético catálogo de espécies, que celebra as virtudes destes humildes frutos, capazes de brotar estoicamente nos recantos mais esquecidos dos bosques. Triunfo do natural e do autêntico sobre tudo o que é civilizado, neles se revê inevitavelmente Thoreau, eterno paladino de salutares despertares anímicos. Cores de Outono é uma ode a esta estação, um hino a matizes e cambiantes da flora outonal e, sobretudo, ao ritmo digno do mundo natural, avesso ao bulício da civilização. 
Fragmentos em que Thoreau retira da Natureza supremas lições de vida, Maçãs Silvestres & Cores de Outono ensinam-nos, como o carvalho-vermelho, a almejar por luz e céus limpos, para que o quotidiano não descore; desafiam-nos a ver com olhos de ver a tela de pintor que nos rodeia e, como as folhas caídas a seu tempo, a despojarmo-nos da vida com igual nobreza.
  •  Título original -Wild Apples / Autumnal Tints
  • Editora ANTÍGONA 
  • Tradução Luís Leitão
  • 1.ª edição portuguesa 2016
  • páginas 168
  • ISBN 978-972-608-281-1

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Maçã do canguru



A maçã do canguru, Solanum laciniatum Aiton, Hort. Kew. 1: 247 (1789), fotografada na Lagoa Azul em Sintra, uma exótica da Austrália como o nome indica, resto disperso de algum jardim.
Em alguns sites aparece como tendo os frutos comestíveis, mas eles são muito tóxicos quando estão verdes e podem provocar problemas do foro digestivo, náuseas e às vezes febres.
São consumidos pelos Aborígenes da Tasmânia e pelo povo Maori da Nova Zelândia.
É cultivada no Ocidente como fonte de solasodina para compostos corticosteróides, que são utilizadas em medicamentos anticonceptivos.

segunda-feira, 6 de maio de 2019




Não há explicação para um poema. Todas as explicações ficam aquém desse milagre de juntar palavras que produzem uma sensação do inefável. A vida simbólica não explica, sugere o que não estava previsto nas estrelas.

Frei Bento Domingues, Público 28/4/2019

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Liberdade

LIBERDADE

Nos meus cadernos de escola
Na minha carteira e nas árvores
Nos areais e na neve
Escrevo o teu nome

Em todas as páginas lidas
Em todas as páginas brancas
Pedra sangue papel cinza
Escrevo o teu nome

Sobre as imagens douradas
Nos estandartes guerreiros
Tal como na coroa dos reis
Escrevo o teu nome

Nas selvas e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
No eco da minha infância
Escrevo o teu nome

Nas maravilhas das noites
No pão branco dos dias
Nas estações enlaçadas
Escrevo o teu nome

Nos meus farrapos de azul
No pântano sol alterado
No lago luar vivente
Escrevo o teu nome

Nos campos do horizonte
Sobre umas asas de pássaro
Sobre o moinho das sombras
Escrevo o teu nome

Em cada sopro de aurora
Na água do mar e nos barcos
Na serrania demente
Escrevo o teu nome

Na clara espuma das nuvens
Nos suores da tempestade
Na chuva insípida e espessa
Escrevo o teu nome

Nas formas resplandecentes
Nos sinos de muitas cores
Sobre a verdade da física
Escrevo o teu nome

Nas veredas bem despertas
Nos caminhos descerrados
Nas praças que se extravasam
Escrevo o teu nome

Na lâmpada que se acende
Na lâmpada que se apaga
Nas minhas casas unidas
Escrevo o teu nome

No fruto partido em dois
do meu espelho e do meu quarto
Na cama concha vazia
Escrevo o teu nome

No meu cão guloso e meigo
Nas suas orelhas erguidas
Na sua pata sem jeito
Escrevo o teu nome

Na soleira desta porta
Nos objectos familiares
Na língua de puro fogo
Escrevo o teu nome

Em toda a carne que tive
Na fronte dos meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo o teu nome

Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Muito acima do silêncio
Escrevo o teu nome

Nos meus refúgios desfeitos
Nos meus faróis aluídos
Nas paredes do meu tédio
Escrevo o teu nome

Na ausência sem desejo
Na solidão despojada
Na escadaria da morte
Escrevo o teu nome

Sobre a saúde refeita
Sobre o perigo dissipado
Sobre a esperança esquecida
Escrevo o teu nome

E pelo poder da palavra
Recomeço a minha vida
Nasci para te conhecer
Nasci para te nomear

Liberdade

                        Paul Éluard (França, 1895-1952)

segunda-feira, 18 de março de 2019

Mia Couto

...E todo o silêncio é música em estado de gravidez.

in Jerusalém 

sexta-feira, 8 de março de 2019

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Mar calmo



Tranquilo, o mar não canta nem ondeia.
O nauta, imerso noutro mar de mágoas,
Os olhos tristes e úmidos passeia
Pela tranquila quietação das águas.

A onda, que dorme quieta, não espuma;
O astro, que sonha plácido, não canta;
E em todo o vasto mar, em parte alguma
A mais pequena vaga se levanta.

Johann Wolfgang von Goethe