sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ameixa do Natal

Ao contrário do que se possa pensar do nome, Natal aparece porque este fruto é da província Sul-africana do Natal.

Conhecida na língua local por Amantugula, (Carissa macrocarpa A. DC. syn. C. grandiflora A. DC.), é um arbusto usado para sebes, devido aos picos. Os seus frutos são comestíveis, com um sabor e uma textura diferentes, devem ficar bem em compotas, por serem muito carnudos.

O exemplar da fotografia encontra-se no jardim Garcia de Orta, no Parque das Nações em Lisboa.

Dois anos atrás caíram-me dois frutos no bolso, claro que cheguei a casa e semeei as sementes, germinaram bem, ainda não deram flor (branca, bonita).

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Uva japonesa

Conhecida como uva japonesa ou caju japonês, (Hovenia dulcis, Thunb, actualmente, já classificada como Aristolochia longiflora, Engelm. & Gray) é a árvore com o crescimento mais rápido que presenciei. A fotografia não ficou muito boa

Chega a atingir 25 metros de altura e é de folha caduca, Em vaso tem o seu crescimento limitado, tive-a num vaso durante 3 anos e pouco cresceu, tinha menos de 1 metro de altura, quando a coloquei na terra cresceu 3 metros no primeiro ano e deve estar nos 6 metros agora. Deve florescer para o ano.

Em relação ao nome, que sugere erradamenteuma trepadeira, deriva do facto do fruto ser um pequeno cacho de uvas. Só que as bagas, ou seja as uvas propriamente ditas, não se comem, come-se sim o pedúnculo do fruto que é carnoso e quando bem maduro, antes é adstringente é saboroso, os brasileiros chamam-lhe também pauzinho doce.

A baga pode ser usada para fazer compotas. A planta é estudada actualmente em medicina.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Alves Redol

[...]
- És tu sol? - gritou a Sementinha com tamanha força que ficou rouca.
- Sou, sim, minha amiguinha! Vem depressa, anda!...
A Sementinha perdeu a cabeça com o entusiasmo de se ver libertada. E subiu mais, num esforço sem olhar a canseiras. Cada vez mais e sempre mais, pensando com alegria: “É agora! É agora, sim, tenho a certeza!”

Mal passou a última porta do palácio onde a Terra-Feiticeira a prendera, a nossa amiga ficou tonta com a luz e as cores do campo. E chorou a alegria enorme de se ver em liberdade. […]


in A Vida Mágica da Sementinha, uma breve história do trigo

domingo, 25 de novembro de 2007

Romã

Um pouco de paciência para descobrir que o fruto da romã (Punica granatum L.) em termos botânicos se descreve como:
Pseudo-baga do tipo balaústia (fruto sincárpico e com os carpelos dispostos em dois ou mais andares e compartimentados interiormente por meio de delgados tabiques) com 2-12 cm de comprimento terminando pelo cálice persistente, pericarpo espesso, coriáceo, acastanhado ou avermelhado na altura da maturação rasgando-se quando o fruto amadurece por pressão interna, internamente dividida em compartimentos irregulares divididos por películas espessas, coriáceas, amareladas encerrando sementes envolvidas num arilo avermelhado, comprimidas umas contra as outras. O arilo pode ser consumido em natureza...


Estava a ver que nunca mais chegava a esta parte. ..





...muito saborosa.

sábado, 24 de novembro de 2007

Maracujá inglês


O maracujá inglês, nome originário da Madeira, é o Passiflora edulis Sims f. edulis. Esta classificação necessita confirmação.
Difere do P. edulis Sims, conhecido como o maracujá dos Açores pela existência dumas pintas brancas no fruto e o seu tamanho ser superior. O sabor muito parecido mas mais ácido.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Maracujá azul

O Maracujá azul ( Passiflora coerulea L.) deve o seu nome à cor terminal dos seus estames. É o maracujá que mais se utiliza como ornamental, embora raramente frutifique sózinho. O seu fruto é cor de laranja, pequeno e a polpa vermelho viva, embora saborosa, muito reduzida.
Só consegui frutificação quando o plantei perto do passiflora edulis.

Maracujá banana

O Maracujá banana (Passiflora mollissima, (Kunth) Bailey) é originário das zonas de altitude da Venezuela à Bolívia, podendo aparecer a altitudes de 3000 a 4000 m nas regiões andinas em condições ecológicas que outras espécies não têm condições de sobreviver.O que aparece na fotografia descende duma linhagem da ilha da Madeira, onde comprei o fruto no mercado do Funchal, deu-se muito bem e chega a produzir flor no Inverno quando este é muito húmido. O sabor, próximo do maracujá roxo (Passiflora edulis), é também muito concentrado no fruto, sabendo melhor o sumo diluído em água.É uma trepadeira que cresce muito depressa, como a maioria dos maracujás tem um tempo de vida curto, 5 a 7 anos. Vale normalmente a grande quantidade de frutos que produz.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Granadilha (2)


Já aqui tinha falado da granadilha (Passiflora linguaris, Juss), a nova chamada tem a ver com o facto de finalmente ter desenvolvido fruto, ou seja, até aqui só dava flor, que caía, e nunca desenvolvia o fruto.

A novidade, pode ter diversas razões, o Outono quente, uma poda mais severa, ou ao desenvolvimento de outros maracujás perto dela.



Mas como dizia o meu avô:

Só podemos dizer que a colheita do trigo foi boa, quando estivermos a comer o pão

temos que esperar que o Inverno permita que os frutos vinguem.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

sábado, 17 de novembro de 2007

Papaia



A papaia, Carica papaya L., também conhecida por mamão, embora possa atingir 5 metros de altura, não é uma árvore é uma “erva gigante”, da ordem das Brassicales, a mesma ordem das nossas couves portuguesas.

O seu tronco é oco e a lenhificação do tronco só ocorre exteriormente numa camada fina da casca. Cresce muito rápidamente e tem uma vida curta.

Aproveita-se quase tudo desta planta, fruto sementes, folhas e raízes.

Um dos compostos mais utilizados extraídos desta planta é a papaina, que além de constar em muitos cremes de beleza é injectado em animais para abater, para amaciar a carne. Esta utilização, no modo artesanal, em Africa, consiste em enrolar a carne no frigorífico (quando o há) em folhas desta planta.

Se notarem nos tags, este post está incluído nos insucessos. Significa que nunca comi um fruto numa árvore plantada por mim.

A fotografia da papaieira que estão a ver é num terreno abandonado junto ao laboratório onde trabalho, um terreno antigo com os restos de obras que com a ajuda do jardineiro que leva para lá os corte de relva e caruma do pinheiro e o homem da máquina de café automática que vai deitando as borras de café, vai evoluindo em nutrientes.

Tem uma vantagem significativa, está virado a Sul e com os outros 4 pontos cardeais protegidos por um edifício de 4 pisos. Uma situação ideal para ter plantas tropicais. Este é um dos terrenos em que vou colocando os “restos” (excesso de plantas) do meu quintal.

As irmãs desta papaieira, na minha casa, apanharam uma espécie de fungo e perderam-se todas. Aqui vão com esta força, têm dois anos, já passaram um Inverno, o último que não foi muito frio.


Em tentativas anteriores a esta série, com as papaias, tem acontecido vários acidentes.

Metrológicos.

A geada pode queimar as folhas, se for muito persistente queima também o caule que é oco e a planta não tem recuperação.

O vento, se for muito forte, apanha o caule frágil e parte a árvore, como o caule é oco, dificilmente volta a rebentar.

Seca, em férias tempo quente e seco, principalmente no primeiro ano, pode secar a planta.

Outro tipo de acidente, existem a planta macho e a fêmea (em algumas espécies a folha da planta macho é mais rendilhada que a da fêmea). A planta que dá fruta é a planta fêmea, a macho só dá um cacho de flores.

Estive cinco anos em África e lá no quintal dos meus pais, várias vezes tentei plantar papaias, nasceram sempre e em grande número….sempre machos.

Entretanto a estrela das fotografias continua com flores e frutos vingados, falta a maturação, o que, nesta altura do ano, não acredito muito

Alteia

A alteia, Althaea officinalis L., é uma planta que, embora espontânea em Portugal, tem a sua origem nas estepes asiáticas. Famosa nos mosteiros da Idade Média donde se evadiu para os campos, é citada e recomendada nos capitulares de Carlos Magno (779-789 DC).

Hoje ainda é bastante utilizada. Uma das suas propriedades mais citadas é a de acalmar a tosse. É incompatível com o álcool.

Em Portugal dá-se bem, chegando a secar no Inverno a parte aérea, mas voltando a rebentar na Primavera seguinte.

Da Europa foi exportada para os Estados Unidos, e é chamada: "planta dos
Marshmallow".

O marshmallow é um doce que, tem um aspecto esponjoso e gelatinoso, actualmente muito popular entre as crianças, até em Portugal, entrando cá na classificação geral de gomas.

Hoje a base de fabrico é a gelatina, mas a receita clássica era feita com a seiva da raiz da alteia, em vez da gelatina.
Uma das especialidades, é as espetadas de marshmallow, em que se os espetam num pau e levam-se rapidamente ao lume provocando uma capa crocante.

Esta receita é outra que anda em lista de espera para ser feita e é no Outono que se devem apanhar as raízes.



terça-feira, 13 de novembro de 2007

Regressando

[…]
A chave do regresso e a opressão do regresso,
Desde regresso e desde regressar, regressando
(A solidão do Outono e a fatalidade do Outono,
Outono ou Outono, Outono sempre,
Outono se assemelhando, Outono semelhante,
A solidão de ter e de não ter feito,
Sendo mais nada em nada, ou nada,
E tempo de considerar […]
Canto terceiro de Exemplo Geral, 1966
João Vário

Após um dia tristonho,
de mágoas e agonias
vêm outro alegre e risonho:
são assim todos os dias
António Aleixo