quarta-feira, 30 de março de 2016

Pimpinelas


Sanguisorba minor Scop. 1771 (?)

Tenho dúvidas nas classificações que apresento, ainda por cima como plantas da família das Rosaceae, podem criar híbridos entre elas.

O que me faz fazer esta classificação é o habitat, embora perto uma da outra a minor aparece no meio de brechas de rochas calcárias e a officinalis surge na parte do solo mais rico, com depósito de folhagem de sobreiros e carvalhos.
Para tirar as dúvidas, é melhor esperar pela floração...
O nome pimpinela não é o mais indicado talvez, para designar estas plantas como Pimpinela pequena (Sanguisorba minor Scop) e Pimpinela grande (Sanguisorba officinalis L.), o assunto já está bem tratado no Dias com Árvores.
Para aumentar a confusão o nome vulgar utilizado para a  S. officinalis (?), aqui na zona é Agrimónia.
Espero conseguir apanhar a floração, aí algumas dúvidas podem ser tiradas.


 
 Sanguisorba officinalis L (?)

sábado, 26 de março de 2016

Refletindo



- A minha primeira viagem à Zona.
Os pomares estavam em flor, a erva nova brilhava alegremente ao sol. Os pássaros cantavam. Um mundo tão familiar… familiar… Primeiro pensamento: tudo está no seu lugar e tudo é como dantes. A mesma terra, a mesma água, as mesmas árvores. E a sua forma, a sua cor e o seu cheiro são eternos, ninguém é capaz de mudar aqui seja o que for. No entanto, já no primeiro dia me foi explicado: não se pode apanhar flores, é melhor não se sentar no chão, não beba água da nascente. Ao entardecer, vi os pastores a tentarem encaminhar o rebanho cansado para o rio, mas as vacas voltavam para trás, mal se abeiravam.[…]
O homem foi apanhado de surpresa, ainda não estava preparado. Não estava preparado enquanto espécie biológica, uma vez que não funcionava todo o seu instrumento natural definido para ver, ouvir, tocar.[…]
Surgiu-nos outro inimigo…Inimigos… a erva recém-ceifada matava. O peixe e a caça capturados, uma maçã…

Vozes de Chernobyl, Svetlana Alexievich, Editora Elsinore, 2ª edição

Uma lição da Natureza





Foto atual da região abandonada em torno da Usina de Chernobyl, na "cidade-fantasma" de Prypiat Fonte da imagem: Reprodução/Totally Cool Pix

Tenho uma certa apetência de descobrir os prémios Nobel da Literatura, essencialmente quando os desconheço na totalidade e são apresentados com um novo estilo de escrita.
Foi o que aconteceu com o Nobel do ano passado, Svtetlana Alexievich, ucraniana, jornalista.
As vozes do contra disseram que o Nobel não devia ser entregue a um jornalista e que escreve como um jornalista.
Estou a ler “Vozes de Chernobyl”,[…] testemunhos resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora[…], e na descrição do livro […]Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros, médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre […]
O livro tem para mim um estilo novo, realmente são entrevista, mas não está lá o entrevistador, só lá estão as vozes, as vozes trabalhadas pela escritora, mas no livro só se lê o que as vozes dizem.
Isto vem a propósito, sem esquecer o sofrimento e toda a estrutura social destruída com o desastre, de evidenciar que a Natureza está a dar uma lição ao homem em Chernobyl. Algo que tenho tentado acompanhar e me lembra a expressão “Um Aprendiz na Terra dos Espantos”
Segundo os dados, em termos de vida animal selvagem e vegetação, dados provenientes de filmagens com drones, nos 10 primeiros anos houve um decréscimo muito acentuado na biodiversidade vegetal e animal.


 A partir dos 10 anos começou-se a construir uma hipótese que hoje já é aceite de uma evolução no número de espécies presentes nas zonas afetadas pelo desastre nuclear.


Hoje, quase 30 passados (acidente a 26 d Abril de 1986), os estudos demonstram que (embora as espécies com um tempo de vida médio mais baixo), existe nas zonas do acidente maior biodiversidade que antes do desastre.


É a resiliência da Natureza a ensinar-nos.
Num dos artigos que encontrei sobre este tema, acaba assim:
“[…]the removal of humans alleviates one of the more persistent and ever growing stresses experienced by natural ecosystems[…]”
(Tradução livre: A remoção dos humanos aliviou um dos mais persistentes e nunca experimentado factor de stresse dos ecossistemas naturais)
Fontes
(Long-term census data reveal abundant wildlife populations at Chernobyl,T.G. Deryabina, et al, Volume 25, Issue 19, pR824–R826, 5 October 2015)
First derivation of predicted-no-effect values for freshwater and terrestrial ecosystems exposed to radioactive substances. Garnier-Laplace, et al, Environ. Sci. Tech. 2006; 40: 6498–6505

quarta-feira, 2 de março de 2016

Ervas daninhas, para alguns...


Páginas: 184
Chancela: Verbo
ISBN: 978-972-22-3166-4
Publicação Fevereiro 2016
 Neste livro os autores levam-nos à descoberta do mundo das plantas Leguminosas: Trevos, Anafes e Luzernas, desde a emergência até à frutificação, referindo o nome científico e o nome vulgar das espécies dos géneros Trifolium, Melilotus e Medicago. Trata-se de um trabalho que, além de responder à curiosidade do grande público, fornece informação útil e com rigor técnico de grande utilidade para agricultores, veterinários, estudantes, engenheiros agrónomos/zootécnicos, e biólogos, constituindo uma excelente ferramenta de trabalho de apoio às suas atividades. Um estudo botânico fundamental para quem se preocupa com o incremento e conservação da produção forrageira, com o papel determinante na gestão da fertilidade da terra e com a crescente importância da manutenção da biodiversidade.
Autores:
· Maria Edite Sousa, licenciada em Eng.ª Agronómica, Mestre em Produção Vegetal e Doutora em Eng.ª Agronómica, pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA) do qual foi Professora Auxiliar.
· Maria Lisete Caixinhas, licenciada em Ciências Biológicas, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Doutorada em Biologia pela mesma Faculdade. Investigadora – Coordenadora no ISA. Lecionou diversas disciplinas, na área da Botânica, no ISA e na Universidade dos Açores.
· Paulo Forte, Bacharel em Engenharia Agroflorestal, pela Escola Superior Agrária de Beja, é Técnico Superior do Instituto Superior de Agronomia.