quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Estou baralhado

Votar contra a introdução de metas nos biocombustíveis (!?)

Ask Europe’s Head of States to Say No to Biofuel Targets


Retirado de:
http://www.regenwald.org/protestaktion.php?id=138

Na cimeira de 8-9 de Março os primeiros-ministros/presidentes da União Europeia vão votar quanto à imposição de biocombustíveis.
Como sabem os biocombustíveis são produzidos a partir de material vegetal (desde milho a óleo de fritos) e permitem reduzir (em teoria!) o consumo de combustíveis fósseis e portanto ajudar os objectivos europeus quanto ao Protocolo de Quioto.

A indústria automóvel está a favor da obrigatoriedade de elevadas percentagens de biocombustíveis para a Europa porque assim pode ser que evitem a imposição de limites de velocidade (embutidos nos próprios carros) e a introdução de medidas exigentes de eficiência energética. Estas são as duas medidas que realmente são necessárias, mas claro que vão fugir quanto puderem. A indústria da engenharia genética está aqui metida na esperança de que os biocombustíveis signifiquem um grande novo mercado para as suas colheitas de Frankenstein.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A "morte" de um "bonsai"

Há vários tipos de bonsai, mas essencialmente, o verdadeiro bonsai nasce de uma semente e a árvore é domesticada desde o seu nascimento.
Adquiri um bonsai, que não é um verdadeiro bonsai, são aproveitadas as características das árvores que rebentam facilmente de um tronco já adulto e bem enquadrada num vaso, aparenta ser um bonsai.

Em relação ao meu “bonsai” achei que o vaso era pequeno. Teve uma fase que parecia que se ia perder, mudei para um vaso maior com uma terra nutritiva e claro gostou da liberdade do espaço para as suas raízes. Tanto gostou que já vai em 10 anos de existência e cerca de 1,5m de altura, porque tem sido bem podado. A fotografia de corpo inteiro ficou mal, em contra luz.
Estes 10 anos esteve sempre no exterior, houve Invernos em que caía a folha, mas quando começava a aquecer, rebentava com bastante vigor. Este Inverno, embora um pouco amareladas, não chegaram a cair.

Demorei algum tempo a classificá-la, e com supresa confirmei que se tratava da Pachira aquatica Aubl. Uma árvore brasileira das zonas húmidas do Amazonas, estranhei bastante que se tivesse adaptado cá. Hoje é comum aparecer à venda como ornamental, muitas vezes com os troncos entrelaçados.
No Brasil como nome vulgar tem vários: Castanha do Maranhão, Munguba, Paina de Cuba , Sapote Grande, Mungu Barana, Cacau Selvagem , Castanheiro da Guiana , Embiratanha, Imbiruçu,

Esta árvore foi pela primeira vez descrita na obra “História dos Animais e Árvores do Maranhão”de Frei Cristóvão de Lisboa, escrito entre 1624 e 1627 e pela primeira vez publicado em 1967 (!?). O nome dado, na altura,de origem nativa era Ibomguiva
A descrição (Fol. 125 e 128 do manuscrito; 252 da reimpressão feita em (2000) Figs.1 e 2) acompanhada de uma estampa reza assim:


“Ibomguiva é uma árvore tamanha como macieira e a fruta é da própria forma de um melão; e o casco é pau todo cheio de castanhas que salgado com sal e água é muito bom comer;
a flor é desta maneira que está pintada e a cor rosada, amarela e branca, e tem muito grande
quantidade ao longo dos rios e fontes”. No desenho há a anotação: Ibonguiaba não se come fazem purgar.

A contradição no facto de se comer ou não a castanha deve-se ao facto de crua, fazer purgar e daí os nativos só a comerem cozida ou assada.

E como o meu bonsai morto, não faz justiça ao esplendor desta árvore, seguem duas fotografias de árvores adultas :
Foto de
http://www.arvores.brasil.nom.br/florin/mungub.htm




Foto de http://www.oguialegal.com/falarfrutas.htm

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Que frutas se vendem aqui?

Vendedora de frutas, México
Olga Costa (1913-1993)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Os paraísos artificiais

Na minha terra, não há terra, há ruas;
mesmo as colinas são de prédios altos
com renda muito mais alta.

Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores, tão escassas, dos jardins mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.

O cântico das aves — não há cânticos,
mas só canários de 3º andar e papagaios de 5º.
E a música do vento é frio nos pardieiros.

Na minha terra, porém, não há pardieiros,
que são todos na Pérsia ou na China,
ou em países inefáveis.

A minha terra não é inefável.
A vida na minha terra é que é inefável.
Inefável é o que não pode ser dito.


(Jorge de Sena)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Linho da Nova Zelândia



Esta é uma das plantas que se encontra em quase todos os viveiros, a da fotografia é a Phormium tenax, J.R. & G. Forst, variegata, existindo também com folha toda verde e a variedade purpureum.
Tem vários nomes vulgares, além do citado no título. Nos Açores chamam-lhe espadana ou tabua, os brasileiros fórmio. É originária da Nova Zelândia, e o seu nome local em dialecto Maori é harakeke.

Em relação à família que pertence, coloquei Agavaceae no marcador, por ser a classificação da fonte mais segura. Pode estar desactualizada, apareceu-me, na pesquisa que fiz no Google, como pertencendo à família Phormiaceae, o que seria uma nova família criada. Nessa pesquisa também aparece como sendo da família Hemerocallidaceae e das Liliaceae … como sempre se alguém me esclarecer agradeço.

A minha preferência por esta planta, já de alguns anos a esta parte, é pela sua utilidade, e as diversa utilizações que tem. É daquelas plantas que que tem uma história que a maior parte das pessoas que a possui no jardim, desconhece.

Primeiro, é a minha ráfia, ou corda do quintal, as tiras que se destacam das folhas são bastante resistentes, (Na Quinta do Sargaçal, preferem a Cordlyne spp) mesmo mais resistente que a ráfia, além de se utilizar tanto “fresca” como seca.

Num site dos
Açores, encontram-se transcrições do aproveitamento desta planta, que teria sido introduzida em Portugal, em 1789, pelo Abade José Correia da Serra., em termos industriais, que remontam ao sec. XIX
" Na magnífica propriedade de Lameiro do Sr. Conde de Jácome Correia, tivemos a oportunidade de ver a cultura da espadana, com aplicação industrial. A área é de 20 hectares. Tem instalada uma oficina, dotada de mecanismo apropriados para o desfibramento das folhas, o qual produz uma matéria téxtil muito resistente e que é exportada para Inglaterra e para o Porto, onde é aplicada no fabrico de cordas e de tecidos grosseiros"(Silva, 1893).
Para finalizar, mais utilizações desta planta

- As sementes tostadas servem como sucedânio do café.
- O néctar das flores (flores vermelho alaranjada) é comestível e saboroso.
- Retira-se uma boa goma (edible gum) da base das folhas.
- Aguenta bem os ventos, podendo servir como corta vento.
- Da espiga que chega a ter 2 metros de altura ou mais, o caule tem uma consistência próxima da cortiça, e é um óptimo material para fazer bóias para a pesca (utilização ainda restrita, penso eu…)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Sem comentários


No sul da China numa povoação chamada Fumin, pintaram uma montanha de verde.

A agência oficial chinesa estima que o custo da pintura ficou em 470,000 yuan (46.600€), dinheiro mais que suficiente para a sua reflorestação.

Fico sem palavras

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A flor que és


A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flor, sê-me flor! Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

Fernando Pessoa- Odes de Ricardo Reis
Foto: Margarida - Calendula officinalis L.(Verão, 2006)

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Macadâmia


Todos os anos tento comprar uma (e só uma) árvore nova, ia usar o termo “diferente” com hesitação, mas o sentido é esse.
Costumo ir visitando, ás vezes revisitando viveiros, e escolher “uma”, além do mais por uma questão de disciplina, o meu espaço é pequeno, e muitas vezes no acto da compra não sei bem onde a irei colocar, além das que tenho em fila de espera, por reprodução em sementes, em vasos.
De preferência será sempre uma árvore de fruto, aromática, ou seja, tem que ter mais qualquer coisa além da estética, da flor, ou do porte.
Este ano a escolha recaiu numa espécie arriscada, já a tinha visto no viveiro à dois anos, era uma espécie que não conhecia em Portugal. Mas estava no viveiro ao ar livre e aguentou já dois Invernos. Decidi experimentar.

Trata-se da noz da Austrália ou Macadâmia, outro pormenor é tratar-se da espécie Macadamia tetraphylla L.A.S. Johnson, pelo formato da folha a lembrar a folha do azevinho mas em ponto grande, a outra espécie, mais cultivada desta família é a M. integrifolia Maiden & Betche, sem os picos nas folhas. Aqui também algumas dúvidas, principalmente após pesquisas de imagens no google. Na fotografia não se vê bem, mas no local onde a folha ondula, existe um espinho no rebordo da folha.

Quando falei de espécie arriscada, referia-me à temperatura, o zero vegetativo desta espécie, em várias referências, varia entre +9ºC e -4ºC. Não sei em que condições ele é definido, mas os +9ºC como limite mínimo, não é de certeza

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

A grande floresta

Jacob van Ruisdael (1629-1682)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Graviola




Mais uma vítima do frio, a graviola, Annonna muricata L..

Neste ponto, da germinação já tinha falhado duas vezes com esta espécie. Desta vez fiz uma mistura em parte iguais de areia, turfa e terra argilosa com um pouco de estrume de cavalo bem curtido, o vaso esteve sempre à sombra. Germinaram bem, mas só em finais de Maio, ou seja com tempo quente.

Esta espécie não é de maneira nenhuma indicada para o nosso clima, é uma planta típica de clima tropical húmido.
O meu interesse nesta planta é tentar a enxertia na A. cherimola, que se dá bem no nosso clima, na tentativa de mlhorar os frutos, já que o
fruto esta anona tem em média três quilos, chegando a ser referidos frutos com 7 kg. É referido também, que o sabor não é tão bom como na A. cherimola, embora nunca tenha provado este fruto.
O meu lado optimista diz que os pequenos troncos ainda não estão completamente secos e a temperatura mínima começou a subir.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

"Plietesials"




O título do post é uma palavra inglesa, que não consegui encontrar tradução, significa uma planta que tem um ciclo de floração muito grande.

A fotografia diz respeito a uma dessas plantas, originária da Índia, o seu nome local é Neelakurinji (Strobilanthes kunthiana (Nees) T. Anderson. Robinson (1935)) e floresce com intervalos de 12 anos.

As montanhas onde habita na zona de Munnar e Kodaikanal, India, têm o nome de Nilgiris, que na tradução local significa montanhas azuis, devido ao impacto que a floração provoca na paisagem.

As últimas florações foram em 1990 e 2002, a próxima será em 2014, é caso de marcar férias com antecedência.

Nos Açores existe a Strobilanthes maculata (Wall.) Nees, P., da mesma família,mas está classificada como indeterminada a origem, não sei se será uma plietesial ou não.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Robobotânica

Chamam-lhe a primeira árvore robot, e criaram a robobotânica (?!). Pensei que seria um novo processo de criar a fotosíntese, mas parece que para já só mexe as folhas.
Aceitam-se classificações e endereço para família botânica correspondente.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Massala ou Maboque

Já me perguntaram porque é que o frio não ataca as minhas plantas. Não é bem assim, tenho muitos fracassos pelo meio.
No caso da fotografia acima , é o estado em que está parte da sementeira do maboque . Pensei que poderia sobreviver cá, mas foi a primeira tentativa (é o meu lado optimista).

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Não podemos pedir ao sol: Mais sol,
nem podemos pedir à chuva: Menos chuva.

Provérbio japonês