quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Mário Quintana

O segredo é não correr atrás das borboletas...
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
Mario Quintana (1906-1994)

sábado, 19 de novembro de 2005

Variedades de peras

Esta é uma parte da lista de “Inventariação das variedades tradicionais e espécies vegetais autóctones com potencial interesse agrícola” publicada pelo Ministério das Cidades, do Ordenamento do Território e do Ambiente e no que diz respeito a peras.

Os franceses e os ingleses fazem uso das suas variedades de peras e conhecem-nas. E nós conhecemos as nossas variedades autóctones?

Confesso que muitas delas não conheço. Mas a que prefiro é a pêra rocha
Segue a lista e com a localidade de origem

Amorim- Alcobaça

Amorim Branco - Vila Real

Amorim Preto - Terras de Bouro

Anguinha = Pera de água Santarém

Baguim Bobadela - Boticas

Baguim da Cordinhã - Cordinhã, Cantanhede

Baguinho de Boticas -Dornelas - Boticas

Bela Feia-Oliveirinha - Alcobaça

Bobadela - Bobadela - Boticas

Bojarda das Caldas da Rainha -Caldas da Rainha

Bojarda de Ansião -Cômoros de Cima, Ansião

Boticas – Boticas

Cabaça grande - Santarém

Cabacinha Silgueiros - Viseu

Cabeça Pequena - Santarém

Carapinheira - Coimbra

Carapinheira Branca – Alcobaça

Carapinheira Parda – Alcobaça

Carvalha - Santarem

Castela -Soure

Coradinha - Vila Real

Coxa de Freira - Alcobaça

Cristo Ferreira – Coimbra

Figueiroa ou coxa de freira Mirandela

Fim de Século - Mirandela

Formiga Terras de Bouro - Covide

Formiga de Ansião - Ansião

Formiga de Coimbra - Coimbra

Formiga de Leiria - Leiria

Formosa –Mirandela

Joaquina - - Carvalhais – Mirandela

Lambe os dedos – Leiria

Marcelino - Santarém

Marquesa ou Marquesina -Moimenta da Beira

Outonal – Mirandela

Pêra Achatada-Chão de Couce, Ansião

Pêra Amêndoa - Coimbra

Pêra Bonita - Santarém

Pêra branca - Santarém

Pêra Brava- Ansião

Pêra Cabaça Vário locais e produtores

Pêra Cabaço - Boticas

Pêra Carvalhal Resende - locais e produtores

Pêra chata - Chão do Couço - Ansião

Pêra D. Joaquina - locais e produtores

Pêra d’água ou Inverneira

Pêra d’água rija - Tras – os- Matos - Pombal

Pêra de água macia - Tras – os- Matos - Pombal

Pêra de Assar - Ansião

Pêra de cozer

Pêra de Esmolfe -Esmolfe, Penalva do Castelo

Pêra de Ferreira - Condeixa

Pêra de Inverno - Vários locais e produtores

Pêra de Martingil

Pêra de Outono Vila Real

Pêra de palmo -Vila Real

Pêra de Tapeus – Tapeus

Pêra Delícia -Leiria

Pêra Doce - Vaçal - Valpaços

Pêra Inverneira - Silgueiros, Viseu

Pêra Manuel Resende - Resende

Pêra Marmela - Silgueiros, Viseu

Pêra Marmela - - Boticas

Pêra Marmela - Santarém

Pêra melão de Santarém -Santarém

Pêra Pão - Vário locais e produtores

Pêra Parda - Silgueiros, Viseu

Perlica - Alcobaça? Coimbra?

Pérola - Alcobaça

Pérola Amarela - Vário locais e produtores

Pérola Branca - Minho

Pérola de Leiria - Leiria

Pérola Parda - Cômoros de Cima, Ansião

Pigarça - Bobadela - Boticas

Pirolito de Inverno - - Esposende

Precoce de Silgueiros -Silgueiros, Viseu

Rabiça de Alcobaça – Alcobaça

Rabiça de Leiria - Porto de Mós, Leiria

Rabiça de Vila Real

Rocha Vário locais e produtores e vários clones

Rosa– Alcobaça

Rosa de Soure -Soure

Rosada -Bobadela – Boticas

S. Bartolomeu de Alcobaça Vário locais e produtores

S. Bento de Chaves - Carvalhais - Mirandela

S. Crespim - Torres Novas

S. João Cabaça - Gerês - Fafião

Santo António – Alcobaça

Santo António de Leiria - Porto de Mós

São João de Silgueiros - Silgueiros, Viseu

São João de Ventosa

Sete cotovelos de Alcobaça

Sete cotovelos de Melgaço - Cabanas

Super D. Joaquina

Tipo Bosque -Vila Real

Torrão de açúcar - Bobadela - Boticas

Triunfo - Mirandela

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Tolerância

Houve alguém que também não se esqueceu deste dia.

Hoje é o dia Mundial da Tolerância, palavra pouco usada e praticada, até nas relações do dia a dia, o laboratório ideal para se desenvolver a sua prática.

O maior inimigo dela é o outro.

Afinal o outro é diferente de nós, e nós por mais que queiramos não somos tudo nem o centro do mundo.

Compreender, perceber, apreender o outro e crescer com ele e não só aceitar

A comemoração da tolerância nos dias de hoje mereceria um lugar de destaque que não vai ter.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Sementeira

    Cresce a semente
    lentamente
    debaixo da terra escura.
 
    Cresce a semente
    enquanto a vida se curva no chicomo
    e o grande sol de África
    vem amadurecer tudo
    com o seu calor enorme de revelação.
 
    Cresce a semente
    que a povoação plantou curvada
    e a estrada passa ao lado
    macadamizada quente e comprida
    e a semente germina
    lentamente no matope
    imperceptível
    como um caju em maturação.
 
    E a vida curva as suas milhentas mãos
    geme e chora na sina
    de plantar nosso suor branco
    enquanto a estrada passa ao lado
    aberta e poeirenta até Gaza e mais além
    camionizada e comprida.
 
    Depois
    de tanga e capulana a vida espera
    espiando no céu os agoiros que vão
    rebentar sobre as campinas de África
    a povoação toda junta no eucalipto grande
    nos corações a mamba da ansiedade.
 
    Oh! Dia de colheita vai começar
    na terra ardente do algodão!
 
    1955 1a Versão José Caveirinha

Recomeçar

Recomeça ...
Se puderes,
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
Dá-os em liberdade
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

 
Miguel Torga

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Numa época em que o homem adorava árvores

Na tentativa de salvar post antigos do Amador da Natureza e também por falta de tempo de criar post novos, vou reeditando alguns.
Este blog vai-se desenvolvendo com alguns documentos que vou tirando dos meus arquivos, sem eu propriamente intervir, falta de tempo, acima de tudo. De qualquer maneira vou partilhando ideias …
Este é o estrato duma lenda que sustenta um dos mitos do cambolé afro-brasileiro. Embora não professe o sentido religioso do texto crio sempre uma empatia especial com qualquer referência que me faça lembrar que houve uma época em que o homem adorava árvores
“No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroco.
Iroco foi a primeira de todas as árvores,
mais antiga que o mogno, o pé de obi e o algodoeiro.
Na mais velha das árvores de Iroco, morava seu espírito.
E o espírito de Iroco era capaz de muitas mágicas e magias.
Iroco assombrava todo mundo, assim se divertia.
À noite saía com uma tocha na mão, assustando os caçadores.
Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras
que guardava nos ocos de seu tronco.
Fazia muitas mágicas, para o bem e para o mal.
Todos temiam Iroco e seus poderes
e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.
(...)”. PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p. 164.

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Costela de Adão

Foto

Esta planta, Monstera deliciosa Liebm., da família das Araceae, conhecida em Portugal por costela de Adão, tem um fruto bastante saboroso.

Normalmente isto é desconhecido pela maior parte das pessoas, embora no Mercado do Funchal ele seja vendido.

Em vaso a planta normalmente não dá fruto, mas quando colocada em terra, uma planta de dois anos já produz. Como planta é uma trepadeira, e gosta de sombra. É vista muito como ornamental em Portugal.

As folhas e os caules desta planta são tóxicos, têm ácido oxalico. O fruto deve ser comido quando está maduro, isso nota-se porque tem uma casca composta por segmentos hexagonais verdes, quando o fruto está maduro, soltam-se revelando uma polpa esbranquiçada por baixo também distribuída em hexágonos.

O busílis da questão é que nos vértices destes hexágonos existem uns umas pequenas lascas pretas, que juntamente com a polpa podem ser desagradáveis quando se comem.

A minha técnica é com um garfo levantar devagar a polpa banca, as pequenas lascas ficam agarradas à parte central do fruto.

Estes frutos estão quase a amadurecer nesta época do ano.

O sabor do fruto lembra uma mistura de banana e ananás.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Murta




As árvores pelo seu porte, sobressaem na paisagem, os arbustos, mesmos quando se trata de um arbusto monumental, pode passar depercebido. No jardim de Évora onde tirei esta fotografia, até se afirmam, destacados

Este é um arbusto monumental, não sei a idade mas concluo-o pela espessura do tronco tipo de nós e casca. Permite também pelo seu tamanho admirar com um olhar mais próximo o trabalho da natureza.

Trata-se da murta ou murteira (Myrtus communis) é um arbusto da família das Myrtaceae, uma das famílias de plantas que mais aprecio, fiquei a saber, embora tarde, que foram levadas sementes para o espaço desta planta. O objectivo é fazer testes sobre a germinação de plantas nativas de vários países. O projecto é a bordo do Vaivém Espacial Endeavour (voo STS-108, Dezembro de 2001) e faz parte dum projecto Ciência Viva, infelizmente a página do projecto não tem mais informação sobre os testes.

A utilização referenciada para esta planta: Alimentar (aperitivo, um licor obtido por infusão alcoólica dos murtinhos e designado por "arrabidino"); cosmética (óleo essencial obtido a partir das folhas), medicinal (anticatarral e antiséptica); ornamental.

sábado, 5 de novembro de 2005

Pablo Neruda


Se não puderes ser um pinheiro, no topo da colina,
sê um arbusto no vale, mas sê
o melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
e dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
sê apenas uma senda,
se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
mas sê o melhor no que quer que sejas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Anis estrelado e a gripe das aves





A Natureza vai-nos surpreendendo, ou somos nós que ainda a não olhamos como deve ser.

Consta numa notícia do jornal Expresso que o famoso Tamiflu , o medicamento anti-viral mais eficaz no combate à propagação da gripe das aves, H5N1, no homem (cujo princípio activo é o oseltamivir) é retirado do anis estrelado.

O anis estrelado, Illicium verum é uma árvore da família das Magnoliaceae, é nativo da China e do Vietname.

A extracção é feita a partir das sementes. Neste momento a Roche, passou a consumir cerca de 90 por cento da totalidade do "Anis-estrelado" produzido em todo o mundo.

A minha constatação é:
A gripe das aves apareceu na Ásia.
Na Ásia existe uma planta que tem um princípio activo que parece ser eficaz no seu tratamento.

É normalmente utilizado como tempero em pratos de aves, ou até em bifes e ovos.

Nos supermercados qualquer dia esgota, vou aproveitar para insistir neste tempero, sabendo todavia que uma dose de principio activo extraído quimicamente duma planta corresponde a uma quantidade enorme de sementes.


A foto da flor e do fruto seco

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Gastão Cruz

· Duas Hortas (Estoi)

Havia a horta havia
um limoeiro
ao fundo alfarrobeiras à frente as
oliveiras, no muro uma passagem
depois de atravessarmos
a estrada

Na horta atrás da casa laranjeiras
figueiras e uma
romãzeira junto à nora

Às vezes vagarosa a mula com antolhos
rodava toda a tarde
fazendo os alcatruzes despejar
incessantemente água