domingo, 27 de fevereiro de 2005

Sapote branco

Nome comum : Sapote branco
Nome cientifico: Casimiroa edulis Llave & Lex)
Família: Rutaceae
Origem: Andes, até 2000m de altitude
Utilização: Frutos comestíveis, as sementes são tóxicas

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Dêem asas ao sonho e vozes às gentes



Dêem asas ao sonho e voz às gentes.
Repovoe-se a vila abandonada
e emprenhe-se a terra de sementes.
Plantem-se sebes de urzes e de jasmim
dividindo imaginários lamaçais,
faça-se tudo o possível e mesmo assim
se necessário faça-se mais,
para dar água ao deserto e sol à eira
mobilizando a esperança por decreto
se não houver então outra maneira.

Invente-se a forma mais expedita
de deixar escrita a fogo a tradição
de como criar gado e fazer queijo,
retirar o mel e fazer vinho,
jogar o chinquilho e cardar lã,
bordar o lenço a ouro e tecer linho,
de guardar o cheiro intenso da maçã.

Se preciso for, chamem-se os homens
que vivem p'ra fazer viver o sonho,
se preciso for gritar então que eu grite
até que a voz me falhe e eu fique rouco,
se preciso for voar, que cresçam asas,
e se loucura é isto que seja louco.

 Luís Filipe Duarte (do livro Por dez reis de mel coado, 2000)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Artemisia

Esta planta, a artemisia annua, pode-se encontrar pelos cinco continentes, só que dá origem a mais uma partida da Natureza. O composto eficaz no combate à malária, que se retira desta planta, a artimisina, só é sintetizado numa zona da China, em outros locais de teste a planta desenvolve-se bem mas não produz este princípio activo.
Há mais de mil anos que compostos extraídos das folhas da planta "Artemisia annua" são usados na medicina tradicional chinesa para curas diversas, desde doenças da pele à malária. Foi com base nestes conhecimentos que em 1960 o Exército chinês reuniu cientistas para testarem e encontrarem, entre 200 substâncias naturais, a melhor para curar a malária. E o investigador Tu Youyou reencontrou em 1972, nas folhas da "Artemisia annua", o único fármaco eficaz contra a malária. Durante mais de dez anos, o Governo comunista chinês escondeu a artemisinina do Ocidente, até que um artigo científico chinês a revelou. Já vários derivados da artemisinina foram usados, mas a produção é cara e difícil, apesar de, em combinações terapêuticas, ser 90 por cento eficaz. Há cerca de dez anos a Organização Mundial de Saúde recomendou que as terapias usadas nos países mais flagelados pela malária incluíssem a artemisinina. Mas o seu custo continua a ser um entrave, sobretudo porque a malária é uma doença de países pobres. As atenções concentram-se agora na produção de um composto artificial, de baixo custo, que copie a estratégia da artemisinina. Os passos iniciais já foram dados. O primeiro composto sintético barato, o OZ-277, foi anunciado por uma equipa da Universidade do Nebrasca, nos EUA, num artigo na revista "Nature" no ano passado.