Esta planta, a artemisia annua, pode-se encontrar pelos cinco continentes, só que dá origem a mais uma partida da Natureza. O composto eficaz no combate à malária, que se retira desta planta, a artimisina, só é sintetizado numa zona da China, em outros locais de teste a planta desenvolve-se bem mas não produz este princípio activo.
Há mais de mil anos que compostos extraídos das folhas da planta "Artemisia annua" são usados na medicina tradicional chinesa para curas diversas, desde doenças da pele à malária. Foi com base nestes conhecimentos que em 1960 o Exército chinês reuniu cientistas para testarem e encontrarem, entre 200 substâncias naturais, a melhor para curar a malária. E o investigador Tu Youyou reencontrou em 1972, nas folhas da "Artemisia annua", o único fármaco eficaz contra a malária. Durante mais de dez anos, o Governo comunista chinês escondeu a artemisinina do Ocidente, até que um artigo científico chinês a revelou. Já vários derivados da artemisinina foram usados, mas a produção é cara e difícil, apesar de, em combinações terapêuticas, ser 90 por cento eficaz. Há cerca de dez anos a Organização Mundial de Saúde recomendou que as terapias usadas nos países mais flagelados pela malária incluíssem a artemisinina. Mas o seu custo continua a ser um entrave, sobretudo porque a malária é uma doença de países pobres. As atenções concentram-se agora na produção de um composto artificial, de baixo custo, que copie a estratégia da artemisinina. Os passos iniciais já foram dados. O primeiro composto sintético barato, o OZ-277, foi anunciado por uma equipa da Universidade do Nebrasca, nos EUA, num artigo na revista "Nature" no ano passado.
1 comentário:
E como a filosofia dos laboratórios é de obter lucros imediatos, não lhes interessa optarem por esta solução mais dispendiosa, embora com resultados mais eficazes.
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