sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Amanhecer






Amanhecia quando Manuel da Bouça alcançou a lomba da mata. Nas nesgas do céu, que os olhos conseguiam entrever, diluíam-se tintas inverosímeis. O matrimónio das trevas com a luz revestia-se de túnicas fantásticas, que, de instante a instante, mudavam de cor. E a metamorfose era tão subtil, que dificilmente os olho podiam fixar as suas cambiantes sucessivas.

In Os Emigrantes, Ferreira de Castro

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