quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sempre a água

Sempre a água me cantou nas telhas.
Habito onde as suas bicas,
As bocas jorram.
As palavras que no cântaro
A noite recolhe e bebe
Com agrado
Sabem a terra por serem minhas.
Não sou daqui e não vos devo
Nada, ninguém
Poderá negar a evidência
De ser chama ou água,
Fluir em lugar de ser pedra.
Perdoai-me a transparência.


Eugéniode Andrade in Sal da Língua precedido de trinta poemas

1 comentário:

Maria Clarinda disse...

Adorei andar pelo teu blog. Foram momentos deliciosos. Jinhos