terça-feira, 19 de setembro de 2006

Arruda (3)

Se consultarmos livros sobre plantas medicinais, verifica-se que aparecem diversas indicações para a utilização da arruda, tanto para uso interno ou uso externo, Alguns indicam-na como tóxica.
Nestes casos, tenho dois livros de referência, escritos por especialistas em Farmacognosia (especialidade das ciências farmacêuticas que estudam os fármacos retirados de produtos naturais).
1) Farmacognosia de Aloísio Fernandes Costa -3 volumes, cada um com cerca de 1000páginas, e é necessário algum conhecimento de Química para os entender na totalidade
2) Plantas e Produtos vegetais em Fitoterapia de A. Proença da Cunha, Alda P. da Silva e Odete R. Roque, Este, embora sendo um livro técnico, de leitura fácil.
São ambos editados pela Fundação Calouste Gulbenkian.
O que aparece sobre a arruda aqui
Em 1) fala da R. graveolens, como sendo a Arruda de França, e em Portugal cita como existentes a R. chalepensis e a R. montana (mas esta é a conhecida por arrudão e de folhas diferentes). A R. chalepensis distingue-se da R. graveolens por a primeira ter as pétalas de margem fimbriada (ainda tenho que ir ver o que é isto).
Em ambos os livros se faz referência à precaução que deve existir na utilização desta planta como erva medicinal e aromática, deve-se ter em atenção as doses, a utilizar infusão a segunda referência fala em concentrações abaixo de 1%.
É possível a planta causar dermatites durante a colheita por acção fototóxica (à exposição da luz).
Contém metilnonilcetona que acima da dose terapêutica pode ser abortiva (é um abortivo de uso popular mas muito perigoso devido à sua toxidade).

Nos usos Etnomédicos e médicos indicam:
Varizes e hemorroidal, Amenorreia, espasmos gastrinstestinais e como vermífugo, Externamente em inflamações orofaríngeas, odontalgias, em doenças de pele e doenças osteoarticulares.

Toda esta utilização com doses muito especificas, não é uma planta, pelo que li, para utilização regular e despreocupada.

4 comentários:

Ana Ramon disse...

Agora é que fiquei mais confundida. Pelo que li, então a minha arruda deverá chamar-se ruta chalepensis e não graveolens como pensava ser o seu nome. É que a minha plantinha veio há alguns anos do Alentejo e não me consta que tenha ligações com as rutas francesas. Quanto ao pormenor das pétalas... vou ter que esperar pela Primavera. Agora apenas tem os frutos secos e abertos permitindo a saída das sementes. Um abraço

Filipe disse...

Olá Ana. Tome este post só como mais uma informação, isto das classificações, principalmente com espécies muito próximas torna-se confuso muitas vezes. Só uma pergunta, o fruto da sua arruda é semelhante à fotografia do post arruda1?
As empresas francesas têm maior dimensão na distribuição de sementes. Vê-se à venda pacotes de sementes de arruda e normalmente são R. graveolens, por isso quem semeia a partir de sementes, deve ser esta espécie.
Mas como lhe digo desde o primeiro post ainda não tenho a certeza.

contradicoes disse...

Relativamente a esta matéria sabe que sou um incondicional apoiante dos produtos naturais com resultados terapêuticos. Não sou dos que recorre a Cêgripe para tratar constipações ou gripes, faço profilaxia com acerola e quase há um ano que nem sequer uma leve constipação apanhei. O colesterol foi-se duma vez por todas sem recurso a dietas apenas tomando Cardo Mariano. Outras pessoas têm experimentado com o mesmo resultados o que contribui para o meu convencimento da sua eficácia.

Ana Ramon disse...

Já lhe enviei um mail com uma imagem das folhas e frutos secos da minha arruda, a meio deste mês. A foto que refere tem os frutos ainda verdes.Parecem-me parecidos com os meus, mas não consigo atentar bem nas possiveis diferenças. Julgo que terá na sua cx, não 1, mas 3 mails meus, sobre plantas que me interessam :)) Ficarei atenta aos topinambos.
Agora ando preocupada com umas vespas gigantes que me atacam as colmeias. Estou a preparar um post sobre o assunto mas ainda vai demorar a sair.