Invernos amenos, exposta
ao sul, protegida do vento norte, a bananeira rejubila.
Regada no verão, e este
mais húmido que o normal, concluindo com as chuvas de Inverno, e esperando que
não apareçam ainda geadas até os frutos engordarem mais um pouco para nos
permitir saboreá-las.
Noutras latitudes e noutros tempos:
Noutras latitudes e noutros tempos:
A Bananeira
Humilde, em meio à flora, a bananeira,
Sozinha, transplantada em terra boa,
Vive ocultando à Natureza inteira
O seu destino de morrer à toa.
E parece feliz, bebendo as águas
Do céu, para o consolo das raízes,
Como se viessem transformar-lhe as
mágoas
Nos encantos das árvores felizes.
O sol enche-lhe as palmas de pepitas
De ouro, na exaltação do amor violento,
E ela paneja suas largas fitas,
As folhas verdes balançando ao vento…
Outras vezes, a chuva, como um véu
Desatado de nuvem passageira,
Cai das vitrinas rútilas do céu
Para vestir de noiva a bananeira.
Noiva, mas noiva-mãe, toda pureza,
Pois sem amor, sem mácula e empecilhos,
Faz rebentar à luz da Natureza,
Na terra, em torno, a vida de seus
filhos.
Pende-lhe, em breve, o cacho, de ouro ou
prata,
Dos frutos bons… Depois, a golpes
brutos,
A bananeira cai em terra ingrata,
Pela desdita de ter dado frutos.
Sabino de Campos (1893 -?, Amargosa, BA,
Brasil)
1 comentário:
Parabéns pelo sucesso com a bananeira, crescer um cacho desse tamanho não é fácil. Pena ser difícil encontrar bananeiras de qualidade à venda tipo "cavendish" e outras. Gostava de ter, visto produzirem por Lisboa.
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