terça-feira, 18 de abril de 2006

Aromáticas e medicinais

Um a escrita solta, um desabafo, depois de andar a ver blogs a falarem de ervas aromáticas

Interesso-me também muito por plantas aromáticas, ditas medicinais. Pena que o seu estudo não se aprofunde mais.

E quando digo aprofunde, é mesmo no sentido lato. Para mim falta uma variável importante nas ervas medicinais.

O princípio é simples, a verdade duma planta, não é a flor, nem a folha, nem a raiz, a verdade duma planta é a terra, onde ela cresce, em função dela as suas características podem diferir. Uma laranjeira só dá laranjas doces se, além da sua qualidade, tiver um solo que proporcione o bom crescimento dos seus frutos.

Nas plantas medicinais falta saber a concentração, que um determinado solo, gera em princípio activo na planta.

O teor ou percentagem de químicos, que o funcho dos Açores, do Alentejo ou do Minho é diferente e o seu efeito no corpo humano também pode variar.

Um exemplo típico dessa diferença é o tomilho, chamada planta polimorfa (várias formas), o óleo essencial é o timol, mas em função da característica do solo em que ele é plantado, até o seu cheiro é diferente. No caso de Portugal existe uma variedade de thymus, na zona da Beira Baixa que se chama serpão ou sarpão, tem um cheiro característico, diferente do tomilho, mas tentem trazer um pé de lá como eu, plantem na terra e esperem um ano, O aroma transforma-se completamente e passa a cheirar a tomilho, ou entre este e o tomilho-limão, mas nada que se pareça com o serpão.

Agora se trouxerem um saco de terra da Beira Baixa, aí para os lados de Castelo Branco, plantarem-no num vaso e forem acrescentando terra da mesma origem, o aroma mantêm-se.

Embora acredite na essência do princípio das plantas medicinais, mas não com um chá por dia (embora aqui também haja casos e casos), porque a maior parte das vezes a concentração é mínima e é preciso alguma continuidade para se ver os efeitos, existe falta de estudo que dê informação sobre a concentração dos químicos que originam o(s) princípio(s) activos de cada planta.

Já agora quando alguma médica vos disser que qualquer remédio à base de uma planta é um plancebo (substância sem efeito), como aconteceu comigo, perguntem se quer tomar um chá de cicuta.

5 comentários:

teresa g. disse...

Já por duas vezes aconteceu dois médicos fazerem um silêncio que eu interpretei como incómodo, quando a fitoterapia obteve resultados (em mim) que eles não conseguiram com a convencional. Mas a ciência dos estudos e provas científicas tem muita inércia!

Relativamente ao pecan, deixei-te respostas aos teus comentários no meu sítio, creio que não deves ter visto, as árvores compradas no agroforestry research trust foram compradas e plantadas pelo meu irmão há uns dois anos, eu só as desembalei. Deves sempre plantá-las no inverno, no repouso vegetativo, para as raízes se desenvolverem bem na primavera. Se as encomendares de lá também é melhor que seja no repouso vegetativo porque os correios demoram sempre cerca de uma semana (apesar das promessas serem menos tempo) e as plantas sofrem menos.

Biranta disse...

Gostei de ler. Na verdade, quanto a plantas medicinais, existe muita investigação e também muito conhecimento científico. Cá, mesmo os médicos ou investigadores que se dedicam a esse tipo de coisas fazem-no na quase clandestinidade, por causa desse conceito absurdo e ignaro que prolifera entre os médicos, que é imposto pelos "donos" da medicina convencional.
Também por isso, o muito e importantte conhecimento empírico que existe é guardado ciosamente por quem o detém, o que prejudica "a causa" (eu sou, em absoluto, pela liberdade de escolha dos doentes).
Em Espanha, por exemplo, uma grande parte dos profissionais deste tipo de laboratórios são médicos (da medicina convencional) que se especializam e existe muita investigação laboratorial. Também existe dosagem de princípios activos padronizada, nos extractos fabricados.
Por mim, embora valorize muito o conhecimento, não me importo nada de "ir no empirismo"... Uso e abuso dos "remédios caseiros". Há mais de quinze anos que não vou ao médico nem compro medicamentos... curo tudo com mezinhas e dou-me muito melhor do que quando ia ao médico e à farmácia...
Voltarei aqui e trocaremos algumas ideias.
Agora... quanto aos médicos, a verdade é que existe uma boa percentagem que são enganados, porque muitas pessoas recorrem a estes tratamentos, mas não o assumem, não têm a coragem de "jardineira", nem estão para os aturar... Eu conheço alguns casos. A verdade é que se não fossem esses preconceitos, as pessoas podiam ter mais e melhor saúde, com muito menores custos.
Mas também não se justifica "ser tão radical". Cicuta?

Filipe disse...

Biranta:
A cicuta foi o que saiu, mas era uma médica que me queria fazer querer que qualquer tipo de planta não tinha efeito nenhum, que só com a indústria química é que se conseguiu concentrações suficientes para se promoverem a cura directa, enfim ...
Vou seguido as suas receitas

Joan Vicenç disse...

Podes mirar a nosa pagina. Saudade. JV.

contradicoes disse...

Li o post e os comentários que o mesmo gerou. Pessoalmente e tenho motivos para o afirmar, acredito mais na eficácia dos produtos naturais do que nos fármacos. Só a título de exemplo. Era um indivíduo que me constipava com alguma frequência e sobretudo na mudança das estações. Passei a tomar uma capsula diárimanete de acerola. Talvez há mais dum ano que não me constipo. Mas tenho mais exemplos que não vou citar doutras
eficácias.Quanto a medicamentos. Não muito obrigado. Sempre que possível evito-os.