A bolota taluda ficara ali muito quieta, muito bem refastelada em
virtude do próprio peso, enterrada que nem pelouro de batalha depois de
passarem carros e carretas. Que fazer senão deitar-se a dormir?! Dormiu
uma hora ou uma vida inteira, quem sabe?! Um laparoto veio lá de cascos
de rolha, rapou a terra, fez um toural, aliviou-se, e ela ficou por
baixo, sufocada sem poder respirar, em plena escuridão. Estava no fim do
fim? Um belisco, e do seu flanco saiu como uma flecha. Era de luz ou de
vida? Era uma fonte ou antes um cântico de ave, de água corrente, de
vagem a estalar com o sol (... )? Era tudo isto, encarnado no fogo
incomburente que lhe lavrava no flanco, verbo que acabou por irradiar do
próprio mistério do seu ser.
Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta.
A Casa Grande de Romarigães (excerto)
Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta.
A Casa Grande de Romarigães (excerto)
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