[...] que é feito da literatura que exprime a Natureza? Seria necessário um poeta que tivesse aos seus serviços os ventos e os regatos, para que estes falassem por eles; um poeta que mantivesse as palavras presas ao seu sentido primitivo, como os agricultores que, na Primavera cravam novamente as estacas levantadas pela geada; um poeta que, ao utilizar palavras, lhes revelasse a origem, que as transplantasse para a página como raízes que aderem à terra, e cujas palavras fossem tão verdadeiras , frescas e naturais que se abrissem como botões na Primavera, embora permanecessem ocultas entre duas páginas bafientas numa biblioteca - palavras que dessem fruto todos os anos para o fiel leitor, segundo a sua espécie, em harmonia com a Natureza circundante.
(pag. 58)
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