Architectonica perspectiva. (Linné, 1758).
ESPIRAL
No oculto do ventre,
o feto se explica como o Homem:
em si mesmo enrolado
para caber no que ainda vai ser.
Corpo ansiando ser barco,
água sonhando dormir,
colo em si mesmo encontrado.
Na espiral do feto,
o novelo do afecto
ensaia o seu primeiro infinito.
MIA COUTO
Do livro “Tradutor de Chuvas”
Ed. Caminho
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