quarta-feira, 18 de maio de 2016

Cinco em rama

Para já, o testemunho dos antigos sobre cinco em rama,
Potentilla reptans :
Pharmacographia do codigo pharmaceutico lusitano
Dedicado a […] D. Maria II
1836
Por Agostinho Albano da Silveira Pinto

Página 273/274
P. reptans, potentilla ordinária, ou cinco em rama (quinte feuille fr.). H. nos prados, e sítios abrigados e húmidos, flor, no Verão. Perenne off. Raiz ,herva (pentaphyllon dos formulários).
Raiz cilíndrica, descendente, parnchymatosa, com o centro medullar orbicular tendo uma estrelade 5 raios; a parte cortical é rubra, muitos caules d’uma só raiz, filiformes, reptantes; folhas quinadas, ou 5 em rama, dos folíolos os 3 exteriores são quasi iguaes, os outros dons menores, pedunculos lateraes, axilares, de flores solitárias.
A raiz é quasi inodora, um tanto estyptica: usada como adstringente tónico nas diarrheas, etc.

Memorias economicas da academia real das sciencias de Lisboa, Volume 4             Para o adiantamento da Agricultura, das Artes, e da Industria em Portugal e suas Conquistas (1812)
Pagina 148
Não falta quem diga, que as Cabras brancas dão mais leite; e que as ruivas e negras dão menos, porêm de melhor qualidade. Para que dem muito leite, he preciso, que paftem onde haja baftante Dictano, Cinco em rama, e Trevo: hervas que os creadores devem cuidar em multiplicar nos sítios de paftagem.

Estes dois livros, estão disponíveis na Internet, com consulta gratuita em vários sites.

sábado, 14 de maio de 2016

Quando vier o Verão

Adega Mãe - Bombarral



Sensação

No azul das tardes de verão, irei pelos caminhos
Tracejado pelos trigos, pisar a erva tenra:
Sonhante, sentirei a meus pés sua frescura.
Deixarei o vento banhar-me a cabeça nua.

Não falarei - pensarei em nada:
Mas um amor infinito subir-me-á na alma, e eu
Irei longe, bem longe, como um cigano, feliz
Pela Natureza -, na companhia da mulher sonhada.


Arthur Rimbaud in. "O Rapaz Raro" relógio d'água

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Pássaras



O Gerânio-da-Madeira (Geranium maderense Yeo)   nativa e endémica da ilha da Madeira, onde também é conhecida nesta ilha  por Pássaras.
Pertence à família da erva de S. Roberto, apresentando algumas características (flor, folha) como se tratasse de uma ampliação gigante da pequena erva.
Não sei se o nome vulgar, pássaras, tenha alguma relação com disseminação das sementes por pássaros, mas por alguma razão alguém deve ter plantado esta planta, perto da Lourinhã, e é vê-la este ano a florir em terrenos abandonados, é um espanto, só agora começaram a abrir os botões.  

Viriato Soromenho Marques

. A natureza nunca estabiliza a meio do caminho.

DN 4/5/2016 

terça-feira, 3 de maio de 2016

As árvores também se abatem

 Fundação Calouste Gulbenkian 

 É bom dizer isto, as árvores também se abatem, mas ter a certeza que pelo menos neste local outras crescerão


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Erva de S. Roberto



A erva de S. Roberto, Geranium robertianum L., da família das Geraniaceae, cresce em todo o país e apresenta agora o seu vigor.

É normal encontra-la nas farmácias, no estado seco, para chá, ligado ao tratamento de problemas de sangue e da sua circulação,  o chá pode ser feito com a planta fresca.


(para apanhar plantas frescas para o chá ou alimentação, não de deve colher perto das estradas, devido aos metais pesados dos combustíveis, nem em jardins, pelo presença regular de cães e gatos e normalmente as plantas aromáticas serem mais atractivas para as necessidades)


Existem duas ou três versões quanto à origem do seu nome. Pode ter vindo do latim ruber que significa vermelho ou de Robertium que seria uma adulteração de Rupertianum, evocando o nome de São Ruperto, bispo de Salzburgo que no século VII  que terá descoberto as propriedades hemostáticas desta planta, o relato não bate certo com a actividade deste bispo, poítica,  que construiu um mosteiro que viria ser o núcleo da nova cidade de Salzburgo.



Hildegarda de Bingen, também conhecida como Sibila do Reno (1098 - 1179), foi uma monja beneditina, mística, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga, escritora alemã. 


Além de mística, teóloga e pregadora, foi poetisa e compositora talentosa, deixando obra de vulto e original. Uma mulher muito à frente no seu tempo


Também fez muitas observações da natureza com uma objectividade científica até então desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais, compilando-as em tratados onde abordou ainda vários temas ligados à medicina e ofereceu métodos de tratamento para várias doenças. Sobre este tema Hildegarda escreveu o Liber subtilitatum diversarum naturarum creaturarum, (Livro das propriedades - ou subtilezas - das várias criaturas da natureza), dividido em Physica (Liber simplices medicinae) (Física - Livro da medicina simples) e Causae et curae (Liber compositae medicinae) (Causas e curas - Livro da medicina complexa).


É nestes volumes, que fala da erva de S. Roberto, como purificadora do sangue. 


S. Roberto, o outro, foi um santo da Alemanha (712 -732), morreu com 20 anos. A sua biografia foi escrita pela santa Hildegarda de Bingen no século XII, que também ergueu o Mosteiro de Rupertsberg em Bingen am Rhein, na Alemanha, em sua homenagem.


A  homenagem pelo nome da planta, a este ou ao outro?