sexta-feira, 17 de maio de 2019

desconhecida




Maças silvestres & Cores de OUtono

A beleza e a verdadeira riqueza são sempre assim, baratas e desprezadas. O paraíso poderia ser definido como o lugar que os homens evitam.

 A par dos seus textos políticos mais interventivos, Henry David Thoreau celebrizou-se no Nature writing, com escritos telúricos em que a Natureza e a sua sagacidade dão azo a reflexões e inevitáveis comparações com a existência humana. E, no ocaso da vida, o autor polia com esmero os dois breves ensaios aqui reunidos, publicados postumamente em 1862, na revista The Atlantic Monthly
Em Maçãs Silvestres, o leitor depara com um poético catálogo de espécies, que celebra as virtudes destes humildes frutos, capazes de brotar estoicamente nos recantos mais esquecidos dos bosques. Triunfo do natural e do autêntico sobre tudo o que é civilizado, neles se revê inevitavelmente Thoreau, eterno paladino de salutares despertares anímicos. Cores de Outono é uma ode a esta estação, um hino a matizes e cambiantes da flora outonal e, sobretudo, ao ritmo digno do mundo natural, avesso ao bulício da civilização. 
Fragmentos em que Thoreau retira da Natureza supremas lições de vida, Maçãs Silvestres & Cores de Outono ensinam-nos, como o carvalho-vermelho, a almejar por luz e céus limpos, para que o quotidiano não descore; desafiam-nos a ver com olhos de ver a tela de pintor que nos rodeia e, como as folhas caídas a seu tempo, a despojarmo-nos da vida com igual nobreza.
  •  Título original -Wild Apples / Autumnal Tints
  • Editora ANTÍGONA 
  • Tradução Luís Leitão
  • 1.ª edição portuguesa 2016
  • páginas 168
  • ISBN 978-972-608-281-1

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Maçã do canguru



A maçã do canguru, Solanum laciniatum Aiton, Hort. Kew. 1: 247 (1789), fotografada na Lagoa Azul em Sintra, uma exótica da Austrália como o nome indica, resto disperso de algum jardim.
Em alguns sites aparece como tendo os frutos comestíveis, mas eles são muito tóxicos quando estão verdes e podem provocar problemas do foro digestivo, náuseas e às vezes febres.
São consumidos pelos Aborígenes da Tasmânia e pelo povo Maori da Nova Zelândia.
É cultivada no Ocidente como fonte de solasodina para compostos corticosteróides, que são utilizadas em medicamentos anticonceptivos.

segunda-feira, 6 de maio de 2019




Não há explicação para um poema. Todas as explicações ficam aquém desse milagre de juntar palavras que produzem uma sensação do inefável. A vida simbólica não explica, sugere o que não estava previsto nas estrelas.

Frei Bento Domingues, Público 28/4/2019