segunda-feira, 19 de junho de 2006

...Tílias

Aos dezassete anos, não somos para nos levar a sério
- Uma bela tarde, fartos das cervejas e limonadas,
Dos cafés barulhentos de lustres rutilantes!
- acolhemo-nos junto às tílias verdes junto à estrada.

As tílias odoríferas dos entardeceres de Junho!
O ar é, por vezes, tão doce que fechamos as pálpebras;
O vento, repleto de sons - a cidade não fica longe -,
Traz-nos, de volta, perfumes de vinha, e brumas de cerveja...

[...]- Não somos de fiar, quando temos dezessete anos e
Não faltam tílias verdes por onde passear.
in Romance
Jean-Arthur Rimbaud
29 de Setembro de 1870
(in O Rapaz Raro, Relógio d'Água, 1998 - tradução de Maria Gabriela Llansol)

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