Um livro com um cd onde consta a leitura dos texto e o canto das respectivas aves, está esgotado, em livro + CD, mas em ebook mais mp3 está disponível (5,99€)
Guia das Aves de Aquilino Ribeiro
Ana Isabel Queiroz (antologia e texto introdutório)
ILUSTRAÇÃO Maico (Carlos Pimenta)
MÚSICA ORIGINAL José Eduardo
Rocha (JER)
LEITURA Fernando Alves
Sinopse
Antologia de excertos da obra aquiliniana nos quais se descrevem mais de
60 aves selvagens, seus habitats e relação com o Homem. A compilação é
de Ana Isabel Queiroz, que no ensaio introdutório traça o
percurso da descrição de aves desde os primeiros "bestiários" até à
literatura científica de hoje, passando pela cultura clássica grega,
pela tradição popular e pela literatura portuguesa, na qual Aquilino se
destaca como verdadeiro naturalista amador. Desperto pela riqueza e
variedade das vocalizações das aves e dotado de um ouvido musical que
lhe permitiu verter foneticamente as frases escutadas neste processo de
comunicação, o escritor revisita na sua obra a produção acústica da vida
selvagem, dando-lhe notoriedade.
A acompanhar o livro, ilustrado por dezenas de aguarelas do biólogo e artista plástico Maico (Carlos Pimenta), um CD áudio regista a leitura de 25 desses excertos por Fernando Alves, enriquecidos por gravações de aves do projecto "Paisagens Acústicas Naturais de Portugal" e separados por 16 peças musicais originais de José Eduardo Rocha.
Guia das Aves de Aquilino Ribeiro é o título de estreia da colecção "BOCAGE - Ciência e Arte", baptizada
em homenagem ao poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) e ao
zoólogo José Vicente Barbosa du Bocage (1823-1907), autor da primeira
lista comentada de aves de Portugal Continental (em 1862) e primeiro
curador do Museu de História Natural de Lisboa.
Apoios: CIBIO, Museu de História Natural da Universidade do Porto, Fundação Aquilino Ribeiro (e os Municípios de Moimenta de Beira, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva), IELT/UNL, e o projecto Paisagens Acústicas Naturais de Portugal (ISPA-MNHN).
Amador ...que ou o que ama ...que ou quem se dedica a uma arte ou um ofício por gosto ou curiosidade, não profissional ...que ou aquele que ainda não domina a actividade a que se dedicou, revelando-se inábil, incompetente
domingo, 8 de janeiro de 2017
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
Romãs e o dia dos Reis
Poesia
[...]Nas romãs eu amo
o repouso no coração do lume.
in Natureza - Morta com frutos
Eugénio de Andrade
Tradição
[...]Nas romãs eu amo
o repouso no coração do lume.
in Natureza - Morta com frutos
Eugénio de Andrade
Tradição
«Dia de Reis deitam-se três bagos de romã no lume para
o ter aceso, três
bagos na caixa do pão e três no bolso do dinheiro para ter
dinheiro e pão
(Teófilo
Braga, em «O povo Português suas crenças e costumes»).
Mito
Diz-se
que cada romã tem exatamente 613 bagos, este número é igual aos
613 mandamentos
(Mitzvots) ou provérbios judaicos que
existem na Tora
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Memória futura
Plantações2016
6 Ginjeiras (Prunus cerasus L.)
oferecidas pelo irmão
do Arnaldo.
3 Gamboas (Cydonia
oblonga Mill. )do Sr. Amândio
e da D. Manuela.
1 pereira Nashi (Pyrus
pyrifolia) comprada este ano no lidl.
1 Kumquat (Fortunella
margarita) comprada este ao no Horto do Campo grande de
Sintra.
3 pés de Kiwui (Actinidia
deliciosaLiang & Ferguson, 1984 2 fêmeas e 1 macho)
compradas na Loja
do Agricultor Lourinhã (LAL).
20 pés de Morango (Fragaria spp.), variedade
Santo André da
L A L.
1 Pilriteiro (Crataegus
monogyna Jacq.),
comprado em 2015 nos viveiros do ISA.
1 Cerejeira brava (Prunus avium) dos viveiros
do ISA 2015.
1 Anoneira (Annona cherimola),
Mill filha d do quintal de S. Domingos de RAna.
1 jambolão (Syzygium cumini(L)
Skeels) filho de um
nascido em Tires e que teve origem em semente vinda do Brasil..
1 Mitrilo da Nova Zelandia (Eugenia
myrtifolia Sims) filha
de semente de Tires.
1 Sapote branco (Casimiroa
edulis Llave &
Lex).
1 Auracauria (Araucaria bidwillii Hooker) comprada
nos
viveiros do ISA.1 Azinheira (Quercus ilex) bolota doce da zona de Alvito, Beja
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Laranja do Loje
Quando aparece um nome novo
ou uma variedade nova de fruta, a minha curiosidade desperta, Há muito tempo
que as laranjas de Loje me intrigavam (canção de Fausto que musicava um poema
de Viriato da Cruz ). Esta crónica tirou-me as dúvidas.
[…]e dando calor ao sumo das mangas.
sua pele macia - era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo,
cheirando a rosas
tão rijo e tão doce - como o maboque...
Seu seios laranjas - laranjas do
Loge
seus dentes... - marfim...[…]
Mandei-lhe uma carta
Viriato da Cruz -No reino de
Caliban II
Antologia panorâmica de poesia africana de expressão portuguesa
Antologia panorâmica de poesia africana de expressão portuguesa
Cantado por Fausto
DN Noticias Magazine [Publicado originalmente na edição
de 13 de novembro de 2016]
Começo
a ter idade que me faz lembrar agradecimentos que nunca dei. À laranja, por
exemplo e evidentemente. Primeiro, foi-me um pregão: «Laraaaanja, doce!»
Passava na minha rua à cabeça da quitandeira. Esta, chamada pela minha mãe,
desenrolava da cintura o primeiro dos panos, o que lhe permitia dobrar-se,
pousava o cesto – as mais pobres, o alguidar com o esmalte a desaparecer – e
punha de lado o lenço em rodilha que amortecia o peso da fruta. «Dois
angolares», anunciava, sem dizer a quantidade, a discussão era para depois. As
minhas laranjas eram sempre amarelas, douradas.
As
laranjas eram do Loge. Cheguei a pensar serem duma fazenda centenária, a norte
de Luanda, na curva do rio Loge, ao chegar a Ambriz, na costa. O meu pai, por
razões que esqueci, num dia levou-me de camião mais longe do que os cem
quilómetros habituais das excursões de cacimbo, nas férias. O Bedford passou
Quicabo, uma rua do faroeste, onde tudo, da bomba de gasolina à pensão, era de
um compadre transmontano, e continuámos até um rio. Na outra margem vi
sobrados, com telhados de quatro águas e janelas debruadas a azul-cobalto: «A
Fazenda do Loge», apontou o meu pai. Ficou o lugar das laranjas, embora não
tenha visto nenhuma. E devia: elas amadurecem no tempo frio, no cacimbo.
Mais
tarde soube que afinal elas vinham do colonato do Loge, num vale do interior,
tão longe do Ambriz como Luanda. No colonato havia brancos pobres e negros mais
pobres. Estes eram tocoístas, uma igreja cristã que em 1950 fora expulsa da
capital do Congo, Leopoldville. Esperavam pelo messias e faziam lenços brancos
bordados em ponto cruz. Nos fins da década de 1950, cultivavam as minhas
laranjas e deviam ser felizes. Na internet, ainda há uma «Maria José», branca,
que pergunta ao mundo «lembram-se de mim?» e há uma tocoísta que fala dos
lenços brancos. Não sei se se conheceram. As aldeias desapareceram em 1961,
quando começou a guerra. E os laranjais também.
Os
portugueses conhecem, pela voz de Sérgio Godinho, uma das mais belas canções de
amor na nossa língua: «(…) seus seios laranja/ laranja do Loge/ eu mandei-lhe
essa carta/ e ela disse que não…» É sobre o namoro de um poeta da minha terra,
Viriato da Cruz, que foi morrer à China. As melhores aguarelas de quitandeiras
são de um pintor da minha terra, Albano Neves e Sousa, que foi morrer a
Salvador da Bahia. Nada que as minhas laranjas desconheçam, o viajar.
A
minha mãe trazia as laranjas para a sala, para o centro de mesa, como flores.
Na parede, sobre o frigidaire (não ponham maiúscula, era uma coisa, imperial e
branca) havia a pintura A Última Ceia. Só mais tarde soube que não era o
original, de Da Vinci, era uma cópia porque havia laranjas à mesa, frente a
Jesus, Pedro e Filipe – sempre pensei que este se levantara para apanhar uma.
Mas não, Filipe protestava por Jesus ter dito que nessa noite alguém o iria
trair. E, em todo o caso, no tempo de Jesus ainda não havia laranjas em
Jerusalém.
As
minhas laranjas são pequenas, casca fina e dulcíssimas. Não são Valência, como
as da Florida que fazem sumo em pacote, nem Navel, como as dos supermercados,
sem semente e com umbigo, como o nome indica em inglês. Não estou a dizer que
estas não são boas, estou a dizer que são outra coisa. As minhas têm sementes,
como devem ter os frutos sem laboratório, chamam-se do Loge e já não há. Trato
as que há homenageando as minhas. Mordo a laranja e descasco com os dedos – a
casca grossa não merece o trabalho de cinzelador com que o meu pai fazia uma
espiral sem quebrar.
Ah,
e ao comer chamo-lhe sempre baixinho – porque «do Loge» é muito íntimo –
«orange», porque em francês vem de ouro. Que raio de ideia chamarem laranja a
um fruto cor de laranja que é amarelo (ou, pelo menos, devia ser).
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Rosmaninho
Fotografei este rosmaninho, (Lavandula
stoechas não sei se da
sub-espécie luisieri, ou
stoechas) na
serra de Sintra, Tapada do Saldanha.
A particularidade dos rosmaninhos na serra de Sintra, é que crescem na
meia sombra, são tipos quase rasteiros, poucas flores e um crescimento assimétrico.
Cheiram a rosmaninho, mas quando os comparo com os que crescem no
Alentejo parecem quase plantas diferentes.
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