quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Maracujá melão


Outra tentativa com os maracujás, este com três anos, deu pela primeira vez flor. Como muitas plantas tropicais a floração reage mais ao aumento da humidade atmosférica do que propriamente ao calor, começaram as chuvas e aí está a flor, que nesta espécie, ao aparecer nesta altura, não deve passar de flor. Se na Primavera florir, ainda tenho esperanças no fruto.

Em termos de volume este é o maior maracujá, daí o nome de maracujá-melão, também conhecido por maracujá-mamão, maracujá-grande, maracujá-cascudo.


O nome cientifico Pasiflora quadrangularis L. deve-se ao facto de o tronco apresentar quatro faces facetadas.O fruto, diz a literatura pode chegar a ter 30cm de comprimento e pesar 3kg.A casca chega a ter 5 cm de espessura.


Diz a literatura também que é muito difícil de se adaptar a regiões mais frescas que as tropicais. Bom para já, germinou de semente e deu flor, esperamos…

sábado, 18 de outubro de 2008

Feijoa 3

A – Fruto elipsóide casca semi-rugosa.
B – Fruto ovóide casca semi-rugosa.
C – Fruto elipsóide, casca lisa.
D – Fruto esférico casca lisa.
E – Fruto elipsóide casca muito rugosa

Já aqui falei da feijoa 1 2 [Acca sellowiana (O. Berg) Burret] e parece que em alguns locais já faz crescer água na boca.

É das mitraceas cultivadas pelos frutos que parece resistir melhor ao frio. Recebi sementes de várias origens. Desde o Porto, Brasil, Florida, O Jardim Botânico de Belém. A viabilidade da semente é curta se secar completamente, deve-se semear após a saída do fruto. Este facto fez com que recebesse sementes embrulhadas em guardanapos húmidos, frutos semi-podres, mas tendo esse cuidado, de semear logo, a germinação é fácil.

Devo dizer que a classificação das sementes com a origem perdeu-se, com mudanças de casa e transplantações (ando à procura de um método eficaz) embora tenha doado muitas das pequenas árvores, e as minhas como estava à espera de mudar de casa mantinham-se no vaso.
Este ano fiz uma colecta e os frutos são tão diferentes como as origens, tanto em forma como em sabor.

Mas antes uma descrição do fruto.

O Epicarpo (a casca) tem um sabor acre e desagradável pelo que deve ser sempre retirado quando se consome o fruto. O mesocarpo (o equivalente à parte branca da laranja debaixo da casca) em algumas variedades é mais espesso (na E) que outras, no fruto E é demasiado aromático, já me disseram que se torna enjoativo. O endocarpo (onde estão as sementes, o equivalente aos gomos da laranja) é a parte mais deliciosa para mim.

Os frutos da fotografia estão todos maduros (já foram comidos). O tamanho do fruto tem muito a ver, entre outros factores, com a quantidade de frutos que a árvore produz. A diferenciação do tamanho dos frutos na fotografia corresponde a árvores muito carregadas de fruto (os mais pequenos) e a árvores com um ou outro fruto esporádico (o maior).

Assim em termos pessoais de gosto, sempre subjectivo, diria que quanta mais lisa for a casca, mais saboroso é o fruto, ou dito de outra maneira, os frutos rugosos são mais aromáticos, mas um aromático em excesso, que torna às vezes enjoativo.

Só um pormenor, engraçado, nenhum destes frutos é das minhas duas árvores que tenho no quintal, ainda não deram embora as árvores produtoras sejam suas irmãs. Penso que a razão tenha a ver com o facto de as minhas terem estado muito tempo envasadas e as outras tenham um avanço de 3 anos, na terra, em relação às minhas

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Voltei e trago um livro para começar



Uma agradável supresa!

Descobri este livro recentemente, a edição é deste ano, de Março, fica, para já, a sinopse da editora (Sempre-em-pé) cujo site está em reconstrução.

Seis décadas passaram (1949-2008) sem que tivesse sido traduzida para português uma das obras mais importantes de sempre no domínio da ecologia e da natureza.
Com centenas de milhares de exemplares em várias línguas divulgados universalmente, A Sand County Almanac, de Aldo Lleopold, é hoje o clássico da natureza e da ecologia mais debatido em todo o mundo.
Para título desta primeira edição em língua portuguesa, Pensar Como Uma Montanha, foi adoptada uma expressão do próprio A. Leopold, na qual ele aponta para a necessidade de superar o ponto de vista estreitamente antropocêntrico e de ter sempre em conta o longo e o longuíssimo prazo, se se quer evitar a destruição acelerada da natureza, e da humanidade com ela.

Críticas de imprensa

  • Aldo Leopold ergue-se hoje bem alto, tal um pinheiro gigante, visível dos mais remotos cantos da terra e pistas de cimento da civilização.

Wisconsin State Journal, 1965

Críticas

  • Podemos dizer com segurança que este livro será lido décadas a fio, e provavelmente durante séculos.

William Vogt


  • O livro é uma revelação dos sentimentos íntimos de um homem que sente plenamente as maravilhas da natureza. Mais, ele celebra um sentido especialíssimo e muito raro da ética e da filosofia.

Fairfield Oosborn


Excerto da obra


  • Que nos diz Lleopold? Muito simplesmente (mas não de modo simplista), a necessidade de fazer uma revolução. E é essa a força primeira do Almanaque; há nestas páginas a experiência de um homem, toda a sua vida: durante esse meio século, Aldo Leopold viveu a passagem do mundo antigo à idade nuclear, experimentou todos os progressos e todos os fracassos da época moderna.

J. M. G. Lle Clézio, prefácio à edição francesa
  • Aldo Leopold é um dos clássicos absolutos a que deu origem o pensamento ecologista. Este livro, em que encontraram alimento intelectual e espiritual várias gerações de ecologistas, deu origem à ética ecológica como disciplina filosófica de nítido perfil, e unifica com inimitável frescura as observações naturalistas de primeira mão e a reflexão de fundo sobre a relação entre o ser humano e a biosfera.

Da edição espanhola a cargo de Jorge Riechman



Site da fundação ligada ao autor
http://www.aldoleopold.org/index.htm

domingo, 20 de abril de 2008

Desconhecida



Uma dúvida na classificação deste arbusto, com a particularidade de esta fotografia ter sido tirada em Fevereiro (no Jardim de Évora), estando carregado de frutos.
Fiquei inicialmente com duas hipóteses, mas penso que estão as duas erradas. Não sei se a cor dos frutos corresponde a alguma fase de maturação ou se os frutos estão completamente formados.
O sanguinho legitimo (cornus sanguinea) tem os frutos muito mais arredondados e a cor dos frutos é mais perto do negro.
O Viburnum lantana tem as folhas com margem serrada.

Se alguém puder ajudar…E já agora se estas bagas são venenosas ou não

Éo Viburnum tinus L

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Rainer Maria Rilke

XXI

Eis outra vez a Primavera. A Terra
é um menino que sabe dizer versos;
tantos, oh tantos... Po aquele esforço
de longo estudo vai receber um prémio.

Severo foi o mestre. Nós gostávamos
da brancura da barba daquele velho.
Agora podemos perguntar o nome
do verde, o azul: ela sabe, ela sabe!

Terra feliz, em férias, brinca agora
co'as crianças. Queremos agarrar-te,
Terra alegre. A mais jovial consegue-o.

Oh, o muito em que o mestre as instruiu
e o impresso nas raízes e nos longos
troncos difíceis: ela o canta, canta!

(de Sonetos a Orfeu - tradução de Paulo Quintela)