Foi
para ti que criei as rosas
Foi
para ti que lhes dei perfume.
Para
ti rasguei ribeiros
e
dei às romãs a cor do lume.
Foi para ti que pus no céu a lua
e
o verde mais verde nos pinhais.
Foi
para ti que deitei no chão
um
corpo aberto como os animais.
Eugénio de Andrade,
As mãos e os frutos -1948
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