terça-feira, 10 de maio de 2011

Mangueiras em flor

Esta mangueira, (árvore de fruto para os mais distraídos) Mangifera indica L., foi reproduzida pelo método que expliquei neste blog, o ano passado deu as primeiras mangas, mais pequenas que o fruto donde se tirou a semente mas muito mais doces, muita fibra no fruto. Daquelas que dá gosto ir chupando tudo até ao caroço.
Este ano está com muitos cachos de flores. Os frutos,embora cedo para acalantar esperanças, se começarem a vingar muito tenho que começar a podá-los, a árvore terá ainda 2 metros.
Este ano as árvores tropicais com esta humidade toda estão a gostar.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Na Gulbenkian, amanhã

Ambiente. Porquê Ler os Clássicos,
Viriato Soromenho-Marques, responsável pelo programa Gulbenkian Ambiente, falará sobre a primeira obra:
Walden ou A Vida nos Bosques
,
no dia 6 de Maio, às 18h, no Auditório 3 da Fundação. Os comentários estarão a cargo de Isabel Capeloa Gil.

Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente,
defrontar-me apenas com os factos essenciais da vida,
e ver se podia aprender o que ela tinha a ensinar-me, em vez
de descobrir à hora da morte que não tinha vivido.


Walden; ou, A Vida nos Bosques (1854) é Henry David Thoreau

segunda-feira, 2 de maio de 2011

As cerejas bem vindas


No sábado comemos as primeiras cerejas do ano. Eram da freguesia de Alcongosta, cujo nome dá quase tanto gosto de pronunciar como comer as cerejas que lá magicam.
Eram verdes, verdinhas e eram caras: dez euros o quilo. Comprámos, pacatamente, meio quilo, mas a receita rendeu-nos 50 cerejas gordas e luzidias a cinco cêntimos cada bochecha, já que cada cereja tem duas,que até às vezes são marcadas, como as bochechas do rabos.
Nunca tínhamos comido cerejas tão cedo. A senhora a quem comprámos avisou-nos que era um “bocadinho amargas” e que mais valia a pena esperarmos uns dias, até chegarem as cerejas de Resende, essoutra distinta freguesia do Fundão, que viriam mais doces e mais baratas.
“Pode provar”, consentiu como quem diz “quem te avisa teu amigo é”. Desafiei-a e puxei de uma delas. Que ácida e carnuda luxúria experimentei! Voltei ao século XIX – transportei-me. Os caroços eram verdes e as cerejas cantou a Maria João, sabiam a flor – à sakura japonesa – e a chuva. O sol e o açúcar já estavam apaixonados e já eram noivos, mas ainda não se tinham casado com cereja nenhuma. Que boas que eram estas cerejas ainda solteiras mas já prometidas, boas de pleno direito, perfeitas para quem gosta mais de presenças do que de esperanças.

Não são as cerejas doces, baratas, abundantes e deliciosas que aí vêm. São estas ácidas, caras, raras e deliciosas que aí andam agora que estão prestes a desaparecer. Ambas são, desigualmente, bem-vindas.
Miguel Esteves Cardoso - in Público (coluna diária - Ainda ontem) 2/5/2011

Miguel Esteves Cardoso, na minha opinião, é um colunista que às vezes escreve bem sobre coisas interessantes, às vezes estes períodos são curtos.
Desta vez gostei do texto mas integrou-me as cerejas verdes, amarelas sim, verdes nunca vi, serão mesmo apanhadas verdes e não passam desta cor ou é alguma tentativa de vender mais cedo a 10 euros o kilo?


domingo, 1 de maio de 2011

Eclesiástico

O Senhor produziu na terra os medicamentos;
o homem sensato não os desprezará.

Antigo Testamento, Ecli 38:4, (sec. II AC)
Bíblia; 19ªedição dos Capuchinhos

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Azereiro

Esta árvore (ou arbusto?), Prunus lusitanica L. subsp. lusitanica., encontra-se na lista vermelha da IUCN , sendo considerada em perigo de extinção. Poucos se vêm em Portugal, embora seja uma árvore nativa, aparecendo muito menos do que merece em jardins e em parques. Também espalha o nome de Portugal por este mundo fora, em francês, Laurier du Portugal, em inglês, Portugal laurel.

A associação ao nome de louro, penso que tem a ver com a folhagem persistente e o tipo de brilho semelhante ao do loureiro. Pouco conhecida em Portugal, pouco se vê nos viveiristas mas usada como ornamental pelo mundo fora.

Antigamente era usada como cavalo para o enxerto de garfo em espécies do género prunus. O fruto é considerado comestível, mas só quando está completamente maduro. É muito apreciada pelos pássaros. Embora as suas congéneres do género prunus sejam de folha caduca esta espécie é de folha persistente. Tem um parente próximo que também se encontra na Red list da IUCN, o azereiro dos Açores, Prunus lusitanica L. subsp. azorica (Mouillef.)

Este é um aproveitamento dum post de um blog meu antigo, fui consultar a edição da Red list de 2010 e já não encontro referência ao azereiro.